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Padre espanhol diz ter sido salvo de grupo de extermínio pelo novo PapaHumildade: papa Francisco cancela pessoalmente assinatura de jornal argentinoBrasília poderá ser incluída em viagem do papaPapa fala a diplomatas sobre diálogo com o Islã e combate à pobrezaPassagens de ônibus e bilhetes do metrô de Roma terão imagem do papaPapa Francisco é recebido por Bento XVIA tentativa de aproximar as religiões é vista com bons olhos por vários estudiosos, que citam o Concílio Vaticano II, concluído em 1965, como o documento oficial que insta à reconstrução de pontes entres as doutrinas cristãs e entre a Igreja Católica e diferentes religiões. “Entendo a iniciativa como uma tentativa de neutralizar guerras e conflitos. Um maior entendimento entre os religiosos é fundamental para um futuro de paz", avalia Eduardo Gusmão, professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO).
Para Rodrigo Coppe, professor de ciências da religião da PUC-MG, a Igreja tomou uma posição de liderança, ao conclamar os líderes religiosos ao diálogo. No entanto, esse processo esbarra em questões de identidade religiosa, o que deixa os mais conservadores receosos. “Parece-me que Francisco não tem tanto medo, ele quer conversar com todos, inclusive com ateus”, ressalta o professor.
No discurso para os diplomatas, Jorge Mario Bergoglio – nome de batismo do papa Francisco – quebrou mais um costume e falou em italiano, em vez de francês, o idioma tradicionalmente usado em discussões diplomáticas. Francisco lembrou que o pontífice é aquele “que constrói pontes com Deus e entre os homens” e reforçou a ideia de que seu nome foi escolhido por trazer uma mensagem de austeridade e de amor aos pobres. "O nome nos ensina o respeito profundo por toda criação e proteção de nosso meio ambiente, que, muitas vezes, em vez de usá-lo para o bem, nós o exploramos avidamente, um em detrimento do outro", afirmou.
RISO E SURPRESA
O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, concedeu sua primeira entrevista depois de retornar de Roma e disse que riu bastante ao saber que seu nome foi cogitado para suceder o papa Bento XVI. “Parecia cobertura de eleição política”, afirmou, completando que só foi saber do que a imprensa noticiou dias depois do conclave. Sobre a eleição do argentino Jorge Bergoglio para papa, dom Odilo declarou que muitos cardeais receberam o fato com surpresa. O arcebispo definiu o novo papa como um religioso “muito discreto, simples, mas muito sábio e grande pastor, um jesuíta com coração franciscano”.