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Pedido de desculpas de Israel à Turquia marca retomada de relações entre os dois paísesObama reconcilia Israel e Turquia antes de discutir conflito sírio
De acordo com o jornal israelense Haaretz, Obama debateu o assunto com o líder israelense na noite de quarta-feira. O presidente teria "cobrado para que o governo de Israel trabalhasse na normalização dos laços" com a Turquia, revelou à publicação uma autoridade norte-americana, sob condição de anonimato. Para Harold Waller, pesquisador do Departamento de Ciência Política da McGill University, no Canadá, Erdogan é considerado aliado chave de Obama do mundo islâmico. Por sua vez, Washington vê a cooperação entre Turquia e Israel, em uma região cercada por conflitos, como algo positivo.
O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse ontem que, depois do pedido de desculpas, a Turquia tem “demandas fundamentais” para tratar com Israel. Waller não acredita que o pedido de desculpas seja suficiente para restaurar as relações entre as duas nações. "Não estou otimista. Afinal, Erdogan chegou a denunciar o sionismo como um crime contra a humanidade. Eu acho que o caso Israel e Turquia é especial e, mesmo com a reaproximação, é difícil que haja implicações para outras disputas na região”, declarou Waller.
Em um almoço com Netanyahu, o líder norte-americano e Nobel da Paz abordou "uma série de desafios à segurança nacional e ao processo de paz com os palestinos", segundo informações de um membro da delegação israelense. Em seguida, visitou a Basílica da Natividade, em Belém (Cisjordânia) – o local do nascimento de Jesus, de acordo com a tradição cristã. Na ocasião, foi recebido pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, MahmOud Abbas. "Ao encontrar o líder palestino, Obama envia uma mensagem clara de que Israel e Palestina são igualmente importantes para qualquer solução entre os dois", observa Jim Moore, cientista político da Universidade Pacific, em Oregon (EUA).
Harold Waller, da McGill University, crê que os EUA são “o único mediador de potencial”. No entanto, ele ressalta que os americanos não podem criar um acordo por conta própria. Palestinos e israelenses precisam estar dispostos a resolver o conflito. “Os EUA podem ajudá-los a concluir um acordo. Não há outra potência que tenha credibilidade com Israel, e a Autoridade Nacional Palestina não teria outra escolha a não ser aceitar a ajuda americana”, diz Waller.