O governo cipriota se reuniu neste sábado com uma delegação do trio Banco Central Europeu, União Europeia e Fundo Monetário Internacional (BCE-UE-FM) para examinar um plano com o qual pretendem obter milhões de dólares em troca de um plano de resgate, a menos de 48 horas de vencer o ultimato do Banco Centro Europeu que ameaçou cortar a linha de crédito dos bancos do Chipre.
O ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, assegurou que foram registrados progressos significativos nas conversas realizadas neste sábado com a delegação da troika BCE-UE-FMI, mas advertiu que ainda restam vários temas a resolver sobre a maneira de arrecadar os milhões de euros necessários em troca do plano de resgate para a ilha mediterrânea.
As autoridades cipriotas estão imersas em uma corrida contra o relógio para chegar a um acordo com os sócios europeus sobre este plano de resgate antes de segunda-feira, dia em que o BCE anunciou que cortará a liquidez dos bancos do Chipre se não for alcançado um encontro aceitável.
Sarris indicou que os especialistas do trio estão examinando os detalhes das propostas de seu país para arrecadar os 7 bilhões de euros necessários para obter em troca um empréstimo de 10 bilhões do trio.
Esta pequena ilha de menos de um milhão de habitantes se converteu no calcanhar de Aquiles da Eurozona, a ponto de as fontes europeias terem ameaçado deixar que saia do bloco para evitar um contágio a outros países, como Grécia, Espanha ou Itália.
Sinal da gravidade da crise, os dirigentes da União Europeia anunciaram que a cúpula UE-Japão prevista para segunda-feira foi adiada sine die e os ministros das Finanças da zona euro se reunião na noite de domingo, em Bruxelas, para buscar uma solução para o Chipre.
O porta-voz do governo cipriota, Christos Stylianides, indicou que o presidente Nicos Anastasiadis decidirá se viaja ou não a Bruxelas ao longo do dia em função dos resultados obtidos nas reuniões com a troika.
O parlamento cipriota adotou na noite de sexta-feira as primeiras medidas relacionadas com o plano de resgate que a ilha deve fechar antes de segunda-feira com seus sócios europeus para evitar a quebra.
Algumas das medidas adotadas foram a criação de um Fundo de Solidariedade e um texto que limita os movimentos de capitais para evitar uma pressão excessiva sobre os bancos quando reabrirem suas portas na próxima terça.
A lei sobre a reestruturação do sistema bancária, a mais disputada das três votadas, foi aprovada por 26 votos contra 2 e 25 abstenções.
Os europeus esperavam por esta lei de reestruturação bancária (que inclui uma liquidação de bancos) e outra para restringir o movimento de capitais, a fim de evitar movimentos de pânico quando os bancos, fechados desde 16 de março, voltarem a abrir.