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Estado de Minas

Maduro visita o 'berço' de Chávez

Herdeiro afirma que o padrinho político o visitou na forma de passarinho, em Sabaneta, onde visitou parentes do líder


postado em 03/04/2013 00:12 / atualizado em 03/04/2013 08:24

Gabriela Walker

 

Em Sabaneta, cidadãos chegaram a montar um altar dedicado a Chávez(foto: AFP PHOTO/Geraldo CASO )
Em Sabaneta, cidadãos chegaram a montar um altar dedicado a Chávez (foto: AFP PHOTO/Geraldo CASO )

 Nicolás Maduro começou oficialmente a campanha à Presidência da Venezuela visitando Sabaneta, a cidade natal de Hugo Chávez, situada no departamento (estado) de Barinas. O candidato do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) e afilhado do líder morto há um mês fez sua largada eleitoral ontem, na casa da família Chávez, onde conversou com parentes do comandante bolivariano e reforçou sua lealdade aos ideais chavistas. "Viemos fazer um compromisso com esta terra que o viu nascer, fazer o juramento de não falhar com ele nunca e ir até as últimas consequências na construção do socialismo", prometeu.

Em discurso para centenas de simpatizantes, Maduro chamou o presidente morto de "profeta" e ressaltou as bênçãos que teria recebido do próprio líder. "Eu vou ser presidente deste país porque ele assim ordenou e porque nosso povo o ratificou", declarou. Sem perder a oportunidade de reforçar sua relação com o comandante, Maduro disse ter visto Chávez, na forma de um passarinho, enquanto rezava em uma capela da cidade. "De repente, entrou um passarinho, pequenino, e deu três voltas sobre mim", disse o candidato, imitando o movimento. "Assobiou um pouco, me deu uma volta e se foi, e eu senti o espírito dele", continuou, referindo-se a Chávez.

Para Thales Castro, coordenador do Núcleo de Estudos para a América Latina (Neal) da Universidade Católica de Pernambuco, o apelo ao carisma de Chávez é normal e esperado, mas deve diminuir à medida que a população vencer o luto. Ele defende que Maduro terá que "reconquistar o apoio herdado do comandante chavista". "O grande problema de regimes de amadurecimento democrático tardio, como o caso da Venezuela, é, realmente, a questão delicada da sucessão. Há uma hipertrofia do personalismo e, no caso de Chávez, uma hipertrofia da instituição salvacionista da Presidência da República", explica.

Apoiadores do candidato da oposição, Henrique Capriles, criticam duramente o uso da imagem de Chávez pelos governistas e torcem para que o tempo afaste a sensação de solidariedade e de obrigação de eleger o candidato socialista, por parte da população. Com a promessa de manter políticas de bem-estar social criadas por Chávez e de aumentar a atenção aos problemas diários dos venezuelanos – como a criminalidade e a instabilidade do fornecimento de energia –, Capriles buscou em uma frase de Simón Bolívar, ídolo de Hugo Chávez e herói do povo venezuelano, a defesa para sua campanha: "Vamos recordar estas palavras ‘A verdade pura e limpa é o melhor modo de persuadir’. Vamos derrotar a mentira", escreveu ele no microblog Twitter, enquanto buscava o eleitorado de Maturín, capital do estado de Monagas.

"O próprio Capriles busca se nutrir do discurso social que Chávez utilizava, pois sabe do peso que as políticas sociais passaram a ter sobre a institucionalidade política do país nesta última década", observa Wagner Iglecias, professor de integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP). A abertura da campanha de Capriles deu uma prova da estratégia da oposição. O coordenador da campanha antichavista, Carlos Ocariz, reforçou ontem a promessa de mais bem-estar, garantindo que com Capriles "todos os venezuelanos vão ganhar mais, comer melhor e dormir em paz".

Ambos os candidatos começaram uma cruzada pelo país e devem percorrer boa parte do território nos 10 dias de campanha oficial que antecedem as eleições, marcadas para 14 de abril. "Vamos percorrer até quatro estados por dia em algumas oportunidades", disse Maduro. Nas áreas mais afastadas, a candidatura de Maduro quase não sente a concorrência da oposição. Equipados, principalmente, com verbas do petróleo, os chavistas devem conquistar cerca de 10 a 20 pontos de vantagem nas urnas, segundo pesquisas de opinião.


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