Jornal Estado de Minas

Quarta empresa suspende operações na Coreia do Norte

AgĂȘncia Estado
Seoul, 06 - O parque fabril da Coreia do Norte, último vestígio da cooperação com a Coreia do Sul, se aproximou ainda mais de uma paralisação neste sábado, quando 92 trabalhadores sul-coreanos foram para casa através da fronteira que Pyongyang fechou na direção contrária. Trabalhadores sul-coreanos que deixaram o complexo industrial de Kaesong, ao norte da zona desmilitarizada disseram que suas empresas estavam ficando sem matéria-prima que normalmente viria do sul. O ministério da Unificação da Coreia do Sul afirmou que mais uma, das mais de 120 empresas que operam no complexo, interrompeu operações. Trata-se da quarta companhia a tomar tal procedimento desde que a Coreia do Norte começou a barrar pessoas e cargas na fronteira na quarta-feira.
O fechamento da fronteira é um dos muitos movimentos de provocação feitos por Pyongyang nas últimas semanas. O governo também fez ameaças de guerra ao expressar indignação com as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) relacionadas ao teste nuclear de fevereiro e os exercícios militares anuais dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que Pyongyang classifica como ensaios de guerra.

Em Kaesong, centenas de gestores da Coreia do Sul trabalham com milhares de trabalhadores norte-coreanos para produzir uma variedade de produtos. Em 2009, houve uma perturbação similar às atividades, também durante os exercícios militares de EUA e Coreia do Sul, mas breve. Agora os fabricantes temem que a paralisação fronteira possa durar mais tempo.

O ministério da Unificação disse que 92 sul-coreanos voltaram para casa neste sábado. O gerente Han Nam-il, entrevistado na saída, disse que viu autoridades de segurança norte-coreanas "armadas" antes de cruzar a fronteira. Outro funcionário, Kim Jin-ho, disse que sua fábrica tinha insumos suficientes apenas para três ou quatro dias.

A Coreia do Sul tem atraído a ira do Norte ao discutir a possibilidade de uma situação de reféns envolvendo os quase 520 sul-coreanos ainda trabalhando no complexo. Mas o analista Chang Yong-seok, do Instituto de Estudos para Paz e Unificação da Universidade Nacional de Seul, avaliou que o que o Norte realmente está fazendo é ameaçar com o desmonte do Complexo Industrial de Kaesong. Para o analista, a tensão em Kaesong deve diminuir quando os EUA e a Coreia do Sul encerrarem seus exercícios anuais no final deste mês. As informações são da Associated Press.