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Estado de Minas

Pyongyang retira 53.000 funcionários do polo industrial de Kaesong

Coreia do Norte cumpre ameaça de suspender atividades no complexo


postado em 08/04/2013 10:40 / atualizado em 08/04/2013 13:27

Caminhões militares passam por barricadas na estrada que conduz a Kaesong, na Coréia do Norte, na cidade fronteiriça de Paju(foto: YONHAP / AFP)
Caminhões militares passam por barricadas na estrada que conduz a Kaesong, na Coréia do Norte, na cidade fronteiriça de Paju (foto: YONHAP / AFP)

 A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira vai retirar 53.000 norte-coreanos que trabalham no polo industrial coreano de Kaesong, em meio a tensões na península, enquanto Seul retificou as declarações sobre a iminência de um novo teste nuclear.

 "Vamos retirar todos os nossos funcionário da zona", declarou Kim Yang Gon, alto funcionário do Partido Comunista.

 "Pyongyang suspenderá temporariamente as operações na região e estudará o tema para saber se deve permitir sua existência ou fechá-lo", disse Gon.

 O complexo industrial fica na Coreia do Norte, a 10 km da fronteira.

 

"A maneira como a situação evoluirá nos próximos dias dependerá em sua totalidade da atitude das autoridades sul-coreanas", completou Kim Yang Gon, que visitou o local nesta segunda-feira.

 A Coreia do Sul considerou a decisão "injustificável".

 "A decisão unilateral da Coreia do Norte de seguir adiante com esta medida não pode ser justificada de nenhuma maneira. A Coreia do Norte será considerada responsável pelas consequências", afirma um comunicado do ministério da Unificação sul-coreano.

 Desde quarta-feira, o Norte proíbe o acesso a Kaesong dos trabalhadores sul-coreanos e dos caminhões de abastecimento. Até o momento, 13 das 123 empresas sul-coreanas presentes no polo interromperam a produção por falta de matérias-primas.

 Mais de 300 profissionais sul-coreanos deixaram o complexo desde a semana passada, mas quase 500 decidiram permanecer para garantir o bom funcionamento das atividades.

 O complexo de Kaesong, importante fonte de divisas estrangeiras para a Coreia do Norte, sempre permaneceu aberto, apesar das crises repetidas na península, com exceção de apenas um dia, em 2009. Na ocasião, Pyongyang bloqueou o acesso para protestar contra as manobras militares conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul.

 Em Seul, o governo retificou as declarações alarmistas que citavam a iminência de um quarto teste nuclear pelo Norte, menos de dois meses depois do teste de fevereiro.

 "Há atividades, mas parecem ser atividades de rotina nas instalações de Punggye-ri, onde acontecem este tipo de teste", afirmou o porta-voz do ministério da Defesa, Kim Min-Seok.

 O ministério da Unificação afirmou que outro teste não parece ser "iminente".

 O ministro da Unificação, Ryoo Kihl-jae, havia declarado a uma comissão parlamentar que Pyongyang parecia preparar para os próximos dias um lançamento de teste de míssil balístico, assim como um quarto teste nuclear.

 A Coreia do Norte, furiosa com as novas sanções aprovadas pela ONU depois do teste nuclear de fevereiro e com as manobras militares conjuntas de Washington e Seul, multiplicou nas últimas semanas as declarações belicistas.

 Para tranquilizar a situação e deixar que a responsabilidade por uma escalada fique apenas com a Coreia Norte, Washington anunciou no sábado o adiamento do teste do Minuteman 3, um míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear que seria lançado esta semana da base aérea de Vandenberg, na Califórnia.

 O gesto foi saudado pelo presidente russo Vladimir Putin, que advertiu para as consequências de um conflito nuclear com a Coreia do Norte.

 "A catástrofe de Chernobyl seria um conto infantil se comparado ao conflito", declarou durante uma visita a Alemanha.

 Pequim, aliado da Coreia do Norte, que também votou pelas sanções contra o regime norte-coreano, manifestou inquietação com a escalada na península coreana.

 "Ninguém deveria estar autorizado a precipitar uma região no caos, ou o mundo inteiro, por egoísmo", declarou no domingo o presidente chinês Xi Jinping, sem citar países.

 A Coreia do Norte transportou na semana passada dois mísseis Musudan para sua costa leste e os instalou em veículos equipados com dispositivos de lançamento.

 O míssil norte-coreano Musudan tem alcance de 3.000 km, ou seja, é capaz de atingir o Japão. Com uma carga leve, poderia viajar 4.000 km e, em tese, atingir Guam, uma ilha do Pacífico situada a 3.380 km da Coreia do Norte onde estão 6.000 soldados americanos.

 Kim Jang-Soo, conselheiro para Segurança Nacional da presidente sul-coreana Park Geun-Hye, disse que um teste de lançamento ou outra provocação podem acontecer antes ou depois de 10 de abril, data a partir da qual o regime comunista afirma não poder garantir a segurança das missões diplomáticas.

 De acordo com o jornal New York Times, Estados Unidos e Coreia do Sul elaboram planos para responder de medida coordenada as ações da Coreia do Norte, mas com o objetivo de evitar uma escalada para uma guerra aberta.

 Em Haia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu Coreia do Norte que não faça novas provocações.

 "A República Popular Democrática da Coreia não pode continuar assim, enfrentando e desafiando a autoridade do Conselho de Segurança e a comunidade internacional", disse.


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