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Estado de Minas

Investigação na Áustria descarta pista de cúmplice no caso Kampusch


postado em 15/04/2013 11:22

Wolfgang Priklopil, o austríaco que sequestrou Natascha Kampusch quando ela tinha 10 anos e a privou de sua liberdade durante oito, agiu muito provavelmente sozinho, considerou nesta segunda-feira uma comissão a cargo de reexaminar o caso.

Esta investigação do processo, iniciada em julho de 2012 por uma equipe que inclui especialistas do Escritório Federal de Investigações americano (FBI) e da polícia criminal federal alemã (BKA), devia, em particular, estabelecer a existência de um cúmplice.

"Wolfgang Priklopil agiu sozinho no sequestro, há uma alta probabilidade", declarou o presidente da BKA, Jörg Ziercke, em uma coletiva de imprensa em Viena na qual foi publicado o relatório final.

Sequestrada quando ia para a escola no dia 2 de março de 1998, Natascha Kampusch, que hoje tem 25 anos, foi mantida refém durante oito anos e meio antes de conseguir escapar, no dia 23 de agosto de 2006. Seu sequestrador, Wolfgang Priklopil, se suicidou no mesmo dia.

A comissão de avaliação se "pronunciou claramente a favor da teoria do autor único", acrescentou Jorg Ziercke, que informou que "não foi possível estabelecer, apesar das importantes buscas", vínculos entre o sequestrador e os ambientes sadomasoquistas, de prostituição ou de pedofilia.

O testemunho de uma jovem que havia visto duas pessoas quando Kampusch foi sequestrada era subjetivamente confiável, segundo Ziercke, mas havia "objetivamente se equivocado". A jovem confundiu o veículo do sequestrador com outro que viu mais tarde em um cruzamento, no qual estavam dois passageiros.

O relatório final informa, no entanto, sobre "erros em algumas etapas da investigação".

A comissão realizou 84 interrogatórios, mas não voltou a ouvir Natascha Kampusch ou Ernst Holzapfel, agente imobiliário amigo de Priklopil.

A procuradoria de Viena já havia excluído a atuação de um cúmplice em janeiro de 2010, após uma investigação de 15 meses, mas em sua autobiografia "3.096 Tage" (3.096 dias), publicada em setembro de 2010, Kampusch havia criticado a polícia e a ausência de resultados na investigação.

Em novembro de 2011, a justiça austríaca livrou de qualquer suspeita a procuradoria de Viena, abandonando a investigação contra cinco magistrados a cargo do caso suspeitos de negligência.

Uma comissão de investigação parlamentar criada pelos ministérios austríacos de Justiça e de Interior havia recomendado em junho de 2012 a revisão do caso.


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