Jornal Estado de Minas

Corredora de BH relata susto durante explosão de bombas na Maratona de Boston

Atleta participou de evento que terminou com pelo menos dois mortos e dezenas de feridos. Duas empresas da capital mineira estavam com equipes na corrida

Emerson Campos Felipe Castanheira
Pelo menos 80 pessoas foram hospitalizadas após ataque na chegada do evento - Foto: REUTERS/Daily Free Press/Kenshin Okubo/Boston University/Handout
Nesta segunda-feira, o mundo voltou os olhos para a cidade de Boston, em Massachusetts, nos Estados Unidos, onde pelo menos duas pessoas morreram e outras 80 foram hospitalizadas durante duas explosões, supostamente provocadas por um atentado com bombas, na chegada da tradicional maratona na cidade. Entre os participantes, oficialmente, há 131 brasileiros inscritos, parte deles de Belo Horizonte. Segundo informou uma fonte do em.com.br, as empresas Leg Assessoria e HF Assessoria, ambas da capital mineira, estavam com equipes na prova.

Galeria de fotos das explosões em Boston

Por telefone, um reponsável pela HF Assessoria esclareceu que dois atletas foram enviados pela empresa, mas informou que eles estão bem e não se feriram durante o ataque, que atingiu o público e alguns corredores. A reportagem também tentou contato por telefone com a Leg Assessoria, durante toda a tarde, mas as ligações não foram atendidas.
"Estouro bem forte"

Em entrevista ao em.com.br, a psicológa Kelly Montoaneli conta que teve muita sorte, já que passou pela linha de chegada instantes antes da explosão. "A largada da maratona se deu dentro da normalidade. Ao cruzar a linha de chegada, pude perceber um estouro bem forte seguido de um outro estouro logo em seguida também. As pessoas não entenderam do que se tratava, continuamos a percorrer o caminho que era direcionado aos atletas para pegar cobertores, lanches e medalha", detalha.

Kelly pegou medalha antes de perceber o ataque; premiação foi dedicada a Deus - Foto: Arquivo Pessoal/Kelly MontoaneliKelly, que nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em Belo Horizonte, contou que só percebeu a gravidade do atentado minutos depois. Ela estava na corrida com o treinador, Fábio Avelar, e dois amigos, Doron e Denise. "Ao final de três quarteirões, ainda na área de dispersão, pude ver um corredor na maca com o rosto ensanguentado. Em um primeiro momento pensei que ele tinha se machucado no final da prova, pois não havia nenhum tipo de confusão no local. Assim que saí da área da corrida para o metrô, fomos surpreendidos por um policial que falava bravamente com as pessoas, mas não entendi do que se tratava. Sirenes de ambulância e polícia tomaram conta do lugar, mas o metrô ainda estava liberado e aproveitamos para vir para o hotel", relata Montoaneli.

Em entrevista coletiva horas depois do atentado, as autoridades americanas informaram que uma terceira explosão aconteceu na Biblioteca John F. Kennedy e sugeriram que os moradores de Boston não saiam de casa até ser esclarecida a autoria dos ataques. No entanto, segundo a brasileira, os moradores da cidade e turistas ainda não receberam muitas informações. "As notícias que tivemos são as da internet. Por enquanto nenhum alarme ou aviso nos foi dado", conta a psicológa, que completa: "é a primeira vez que visito Boston. É uma cidade muito tranquila e em momento algum, suspeitamos de qualquer problema".