Boston – A investigação da polícia federal norte-americana (FBI, na sigla em inglês) sobre as explosões que deixaram três mortos e mais de 170 feridos perto da linha de chegada da Maratona de Boston intensificou-se, com autoridades entrevistando testemunhas e examinando o que um funcionário local qualificou como "a mais complexa cena de crime" da história da cidade. O FBI e a polícia de Boston se negaram a revelar detalhes da investigação e se as explosões estariam relacionadas a extremistas estrangeiros ou americanos. Analistas ouvidos pelo jornal Boston Globe sugerem que o atentado foi obra de terror interno e não de uma rede internacional de terroristas.
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Jornal chinês identifica 3ª vítima de bombas em BostonMaratona de Londres vai prestar tributo às vítimas de BostonFlores, cartões e camisas enfeitam memorial improvisado em BostonBombas de Boston seriam feitas de panela de pressão, pregos e metalEUA irão até 'confins da Terra' em busca de autores de explosões em BostonNumerosas teorias e pistas na investigação estão sendo avaliadas, disseram fontes policiais, mas no momento não há nenhuma ligação particularmente forte ou teoria que está sendo perseguida.
A polícia informou que a área foi varrida duas vezes antes da maratona e nenhum explosivo foi encontrado. Investigadores federais determinaram que os explosivos usados no atentado eram bombas de fabricação rústica. Elas consistiam em panelas de pressão cheias de pólvora, pregos e bolinhas de chumbo, detalhou o deputado Michael McCaul, presidente da comissão de segurança interna da Câmara dos Representantes dos EUA.
As equipes de resgate e os médicos que trataram das vítimas relataram que as bombas parecem ter dispersado fragmentos de pregos e de metal, causando ferimentos, sobretudo, na parte inferior do corpo, o que incluiu vários casos de amputação. "Há uma variedade de objetos pontiagudos que nós encontramos nos corpos", disse o chefe do departamento de cirurgia do trauma do Hospital Geral de Massachusetts, George Velmahos. "Provavelmente, essas bombas tinham múltiplos fragmentos metálicos nelas. Removemos pregos e estilhaços", acrescentou.
A imprensa local disse que a polícia vasculhou um apartamento na localidade de Revere, a cerca de 10km de Boston. Katherine Gulotta, porta-voz do FBI – a polícia federal dos EUA, que comanda a investigação –, não confirmou nem negou essa notícia. Na noite de segunda-feira, a polícia revistou um apartamento na área de Boston de um estudante da Arábia Saudita que foi ferido na explosão, informaram fontes policiais. Fontes policiais relataram que as provas indicavam que o estudante saudita, que havia sido temporariamente considerado uma "pessoa de interesse" na investigação, seria inocentado de suspeitas e dificilmente lançaria alguma luz sobre o atentado.
Além de ter provocado o reforço da segurança em diversas grandes cidades dos EUA, o ataque levou França, Reino Unido e Rússia a elevarem o nível de segurança em grandes eventos e próximo a edifícios públicos. No Reino Unido, as operações de segurança foram intensificadas para o funeral da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher. A polícia britânica também revisou os planos de segurança para a Maratona de Londres, que deve ocorrer domingo. Na Rússia, os organizadores do Campeonato Mundial de Atletismo em Moscou dizem que vão reforçar a segurança no local. O governo francês ordenou que intensificassem as patrulhas policias e a segurança nos arredores de edifícios públicos. "Novas medidas de precaução foram tomadas sem pânico ou dramatização", disse o ministro do Interior, Manuel Valls.