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Estado de Minas

Polícia investiga possível suspeito do atentado de Boston


postado em 17/04/2013 21:40

As autoridades americanas anunciaram nesta quarta ter imagens de um suspeito pelo duplo atentado ocorrido em Boston na última segunda-feira, mas negaram qualquer detenção.

"Temos a imagem de uma pessoa que acreditamos que seja um suspeito", declarou à AFP uma fonte judicial, que pediu para não ser identificada. "Procuramos saber quem é a pessoa. Essa pessoa não está detida, e não a temos claramente identificada", acrescentou.

O jornal local "The Boston Globe" se referiu "à imagem de um suspeito que carregava e talvez até tenha deixado uma mochila preta no lugar de uma das duas explosões", com saldo de três mortos e 183 feridos perto da linha de chegada da maratona de Boston, Massachusetts (nordeste dos EUA).

Uma câmera de vigilância de uma loja permitiu aos investigadores ter uma "visão clara da área". Imagens de um canal local de televisão também teriam ajudado a polícia.

As autoridades negaram que alguém tenha sido detido. "Apesar das informações, não houve nenhuma detenção pelo ataque à maratona", confirmou o Departamento de Polícia de Boston, depois que a emissora americana CNN anunciou a prisão de um suspeito.

O FBI (Escritório Federal de Investigação) também negou a detenção, e a CNN se viu forçada a recuar, falando em "confusão" e "mal-entendido".

Enquanto isso, centenas de jornalistas corriam para o tribunal federal de Boston para cobrir o traslado do suposto detido. Agravando a confusão, a Corte foi evacuada por mais de uma hora, por um falso alerta de bomba.

A investigação avança, pelo menos, em relação às bombas utilizadas. No telhado de um hotel na área do atentado, foi encontrada a tampa de uma das panelas de pressão usadas nos artefatos.

"A pessoa que encontrou a tampa não deveria estar no telhado", no sexto andar do hotel Charlesmark, situado próximo da linha de chegada da maratona, comentou o proprietário do estabelecimento, Mark Hagopian. "Normalmente, a porta de acesso está fechada", acrescentou.

Originário de Portland (Oregon, noroeste), o homem que encontrou a tampa foi obrigado a deixar o local depois de ser visto pela polícia durante a maratona. "A polícia nos pediu que não ficasse ninguém no telhado", explicou Hagopian.

O homem ignorou a determinação das autoridades e voltou a subir, provavelmente para ter um melhor campo visual e acompanhar a amiga que participava da corrida. Depois da deflagração, ele viu o que parecia ser uma calota de carro e entregou o objeto à polícia.

"Não sei como ele voltou para o telhado, mas a tampa da outra panela de pressão foi encontrada por acaso", disse Hagopian.

Na cena do crime, também foram encontrados fragmentos de uma mochila de cor preta, na qual uma das bombas caseiras estaria escondida.

As fotos divulgadas mostram pedaços retorcidos de metal, assim como restos de cabos e componentes eletrônicos que podem ter sido utilizados para detonar as bombas a distância.

O material descoberto pelo FBI é analisado em seu laboratório de Quântico (Virgínia, leste). Mais de mil responsáveis e oficiais de diferentes agências de investigação do governo americano trabalham em Boston, segundo o representante local do FBI, Rick DesLauriers.

As autoridades consideram tanto a hipótese de um autor estrangeiro, quanto americano, e garantem que vão "até o fim do mundo" para encontrar os responsáveis.

Na quinta-feira, o presidente Barack Obama visitará Boston para um serviço ecumênico em homenagem às vítimas.

Cerca de 100 dos 183 feridos inicialmente hospitalizados já receberam alta, embora pelo menos dez ainda se encontrem em estado crítico, de acordo com a imprensa americana. Entre os feridos, no mínimo dez tiveram membros inferiores amputados pela explosão das duas bombas, com 13 segundos de intervalo entre uma e outra.

Entre os casos que mais comoveram a opinião pública, está o da família Richard: o pequeno Martin, de 8 anos, é uma das três vítimas fatais, enquanto sua irmã Janey, de 6, teve uma grave lesão cerebral.

Além do pequeno Martin, morreram Krystle Campbell, gerente de um restaurante, de 29; e uma estudante chinesa da Universidade de Boston, identificada como Lu Lingzi, segundo jornais chineses e americanos.

A maioria dos 23 mil participantes da maratona havia cruzado a linha de chegada quando as bombas explodiram.

O atentado despertou o alerta em outras cidades americanas, como Nova York, Los Angeles e San Francisco, onde as medidas de segurança foram reforçadas.


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