A polícia federal americana (FBI) prendeu nesta quarta-feira um homem suspeito de enviar cartas com ricina ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a um senador, informou o departamento de Justiça.
"Hoje, aproximadamente às 17H15 (19H15 Brasília), agentes especiais do FBI detiveram Paul Kevin Curtis, um indivíduo suspeito de ser o responsável pelo envio de três cartas pelo Serviço Postal dos Estados Unidos". As cartas "continham uma substância granular que deu positivo para ricina", acrescentou o departamento de Justiça.
As cartas foram enviadas a Obama e ao senador republicano Roger Wicker, do Mississippi, e estavam assinadas por "KC".
Curtis foi detido em sua casa em Corinth, Mississippi, segundo o departamento de Justiça.
Mais cedo, o FBI havia anunciado a interceptação de uma carta com ricina dirigida a Obama, após um envio similar a Wicker.
Uma terceira carta foi enviada a um funcionário judicial do estado do Mississippi, segundo o departamento de Justiça.
A carta destinada a Obama foi recebida na véspera pelo centro de distribuição de correios da Casa Branca, que fica fora do complexo presidencial, e "deu positivo para ricina" depois das primeiras análises realizadas nesta quarta-feira.
"Não há indícios de conexão com o atentado na Maratona de Boston", acrescentou o FBI.
Na véspera, as autoridades postais dos Estados Unidos haviam detectado a carta com ricina enviada ao senador Wicker.
O veneno foi detectado durante uma inspeção de rotina em uma dependência externa do prédio do Congresso. A carta não chegou ao gabinete de Wicker no Capitólio, assinalou um colaborador.
Roger Wicker é um republicano eleito pelo estado do Mississipi, considerado um político de baixo perfil, que não está especialmente envolvido nos sensíveis debates sobre a reforma migratória, ou sobre o porte de armas.
Em fevereiro de 2004, o Senado e a Casa Branca foram alvo de um ataque com ricina, agente biológico enviado na forma de pó. O incidente não fez vítimas.
No outono de 2001 (hemisfério norte), porém, ataques com antraz deixaram cinco mortos. O autor do crime nunca foi identificado.
Desde então, qualquer correspondência enviada para os parlamentares americanos é examinada fora do prédio do Capitólio, antes de ser entregue.