O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, que tomou posse hoje para um novo mandato de sete anos, disse estar disposto a convocar novas eleições em breve para tentar resolver o impasse político no país.
Em um discurso emocionado, ele criticou a lentidão na reforma política no país e disse que chegou o momento de fazer "escolhas decisivas". Napolitano afirmou que aceitou o segundo mandato devido a "circunstâncias excepcionais", mas comentou que isso não é "constitucionalmente ideal".
"Isso vai testar seriamente a minha força", comentou o chefe de Estado, de 87 anos, segundo noticiado pelo jornal Corriere della Sera. Durante sua fala Napolitano disse que o presidente pode escolher o primeiro-ministro, mas defendeu o papel dos partidos políticos na democracia.
Ele também comentou que as propostas apresentadas por um conselho de "homens sábios" criado por ele devem ser colocadas em prática. O grupo sugeriu, entre outras coisas, reduzir o poder do Senado.
Desde fevereiro, quando foram realizadas eleições parlamentares, a Itália vive um impasse político. O Partido Democrático, de Pier Luigi Bersani, venceu a disputa pela Câmara, mas ele não chegou a um acordo com o partido Povo pela Liberdade, de Silvio Berlusconi, que conseguiu o controle do Senado.
O Movimento Cinco Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo, criticou a reeleição de Napolitano, dizendo que o processo não foi democrático. O partido disse que estava organizando um grande protesto, que será realizado ainda neste sábado, em Roma.