Boston (EUA) – Promotores acusaram formalmente Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, como um dos autores do atentado que matou três pessoas e feriu mais de 200 na semana passada na Maratona de Boston. A acusação foi feita diante de um juiz no hospital Beth Israel Deaconess, em Boston. Tsarnaev está internado em estado grave no local, supostamente por causa de tiros que levou durante a perseguição policial de que foi alvo na semana passada. Ele foi indiciado pelo uso de uma arma de destruição em massa e por destruição de propriedade seguida de morte.
O Departamento de Justiça disse que ele pode ser condenado a uma pena fixa, à prisão perpétua ou à morte. A Casa Branca descartou a hipótese de que Tsarnaev, que é naturalizado cidadão dos EUA, seja tratado para fins judiciais como um combatente inimigo e ele deve ser julgado em uma corte civil. No domingo, ele prestou seu primeiro depoimento e respondeu as perguntas por escrito, já que não consegue falar. Tsarnaev foi capturado na sexta-feira em uma casa em Watertown, no subúrbio de Boston, após operação policial que durou 22 horas e paralisou a cidade
Os moradores de Boston e diversas outras cidades norte-americanas pararam às 14h50 locais (15h50 em Brasília) para marcar um minuto de silêncio pelas vítimas do atentado. Ontem, foram realizadas cerimônias fúnebres para duas das vítimas do ataque: a gerente de restaurante Krystle Campbell, de 29 anos, e a pós-graduanda chinesa Lingzi Lu. Um menino de oito anos também morreu no atentado. Centenas de pessoas se aglomeraram do lado de fora da igreja nos arredores de Boston onde ocorreram os serviços fúnebres.
O mais velhos dos suspeitos, Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, morto na madrugada de sexta-feira, quando tentava fugir durante a perseguição, era suspeito de outro crime e já foi investigado pelo FBI e por serviços de inteligência russos. Ele pode ter sido o responsável por um triplo homicídio cometido em Waltham, nos arredores de Boston, em setembro de 2011, informou um porta-voz da promotoria. Morando legalmente nos EUA há cerca de 10 anos, Tamerlan era casado havia ao menos três e tinha uma filha pequena. Procurada pelas autoridades, Katherine Russell, a viúva (americana) do suspeito, negou-se a dar declarações. De acordo com seu advogado, a mulher desconhecia qualquer ligação do marido com grupos extremistas.