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Estado de Minas

Desabamento em Bangladesh revela lado obscuro da indústria de roupas


postado em 29/04/2013 10:34

Equipes iniciaram retirada dos escombros do edifício Rana Plaza nesta segunda-feira, 29
Equipes iniciaram retirada dos escombros do edifício Rana Plaza nesta segunda-feira, 29
O desabamento de um prédio comercial na semana passada, no qual funcionavam fábricas de tecidos em Bangladesh, revelou o descumprimento de normas básicas de segurança e também o lado obscuro da indústria de roupas internacional. Na tragédia, que ocorreu na capital Dacca, morreram pelo menos 377 pessoas. No domingo, um incêndio em meio aos escombros impediu o resgate de mais uma sobrevivente e retardou os trabalhos de busca. Em decorrência do fogo, quatro bombeiros foram hospitalizados. O cálculo é que 3 mil pessoas trabalhavam no momento em que o prédio desabou. Cerca de 2.430 sobreviveram. No Rana Plaza, um dos principais clientes da fábrica de tecidos era a rede de lojas britânica Primark. Em sua defesa, a Primark informou que estava "chocada e entristecida" pelo desastre e que exigia de seus fabricantes uma revisão dos padrões de segurança no trabalho. Há menos de seis meses, no mesmo local, um incêndio reduziu a cinzas uma fábrica que fazia roupas para a cadeia americana de supermercados Walmart, matando 100 trabalhadores, até então o maior acidente industrial já ocorrido em Bangladesh. Ao ser comunicada de que a fábrica de Tazreen fazia roupas para o Walmart, a varejista norte-americana informou que desconhecia as práticas. A mesma estratégia de defesa é usada por outras fábricas localizadas ao norte de Dacca. Humayun Kabir, empresário da Dird Ltd, que fabrica cerca de 20 milhões de peças de roupa por ano para varejistas britânicos, como Tesco, Sainsbury's e Next, disse que seus clientes estão "muito mais vigilantes", realizando, inclusive, inspeções não programadas em suas fábricas. A placa com a frase Proibido Trabalho Infantil está na entrada de muitas fábricas, assegurando o cumprimento de uma lei nacional que impede o trabalho de menores de 18 anos na indústria de roupas. Mas ainda não está claro se os fiscais das grifes internacionais também procuram falhas estruturais nos edifícios, nos quais várias fábricas estão localizadas. Paralelamente às grandes corporações, dezenas de fábricas ilegais surgiram na capital de Bangladesh na última década, na tentativa de tirar proveito do boom de roupas baratas. Inúmeras operações ocorrem à margem do poder governamental e descumprem os requisitos mínimos de segurança, como proteção contra incêndio.


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