A marca britânica Primark anunciou nesta segunda-feira que se compromete em "pagar indenização" às vítimas que trabalhavam na confecção de seu fornecedor em um prédio em Dacca, Bangladesh, que desabou na quarta-feira, deixando mais de 380 mortos.
"A Primark pagará indenização às vítimas deste desastre que trabalhavam para seu fornecedor", anunciou a marca em um comunicado, sem especificar o valor.
"Isso incluirá a concessão de assistência a longo prazo para as crianças que perderam seus pais, apoio financeiro aos feridos e pagamentos às famílias dos falecidos", detalhou.
"Fizemos uma parceria com uma ONG local para atender às necessidades imediatas das vítimas, incluindo o fornecimento de ajuda alimentar de emergência para as famílias", acrescentou a marca criada em Dublin e que se tornou uma subsidiária do grupo agro-alimentício britânico ABF.
"A Primark reconhece que seu fornecedor compartilhava o prédio com outros varejistas" e "incita outras marcas a se apresentarem e a oferecer assistência", conclui a marca.
A Primark e a marca espanhola Mango foram as únicas a reconhecer publicamente seus vínculos com confecções no edifício de Rana Plaza.
Segundo o grupo de defesa dos trabalhadores têxteis, Clin Clothes Campaign, com sede em Amsterdã, a britânica Bonmarché, a espanhola Corte Ingles e a canadense Joe Fresh - marca de roupas vendidas na rede de supermercados Loblaw - também confirmaram a suas ligações com confecções do Rana Plaza.
O desastre do Rana Plaza, em Savar, nos arredores de Dacca, deixou pelo menos 381 pessoas mortas e milhares de outras gravemente feridas, a maioria mulheres, segundo o Exército, O número total de vítimas ainda pode aumentar.
Cerca de 2.500 pessoas foram retiradas com vida dos escombros desde o acidente quarta-feira de manhã. De acordo com a federação de trabalhadores da indústria têxtil, aproximadamente 3.000 pessoas trabalhavam em cinco confecções instaladas no prédio.
Este é o pior acidente industrial da história de Bangladesh, país pobre do sudeste asiático que fez do setor têxtil a espinha dorsal de sua economia.