Jornal Estado de Minas

Síria: pelo menos 62 mortos encontrados em um bairro de Banias

AFP

Pelo menos 62 corpos foram encontrados neste sábado em um bairro de Banias (ONG), no oeste sírio, invadido na véspera pelas forças do regime de Bashar al-Assad, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A oposição considerou que a multiplicação das atrocidades revela uma limpeza étnica contra os sunitas desta região alauita, religião do presidente Bashar al-Assad, lançando um apelo ao Conselho de Segurança da ONU.

"Dezenas de corpos de cidadãos mortos na sexta-feira durante o ataque do Exército e de membros alauitas do Exército de Defesa Nacional no bairro de Ras al-Nabaa em Banias, habitado por sunitas, foram encontrados neste sábado", afirmou o OSDH.

"Conseguimos identificar 62 corpos, incluindo os de 14 crianças, mas esse número pode aumentar porque dezenas de cidadãos ainda estão desaparecidos", acrescentou esta ONG que se baseia em uma ampla rede de militantes, médicos e fontes militares em todo o país.

A Coalizão opositora indica em um comunicado que "a multiplicação dos massacres se transforma em uma operação de limpeza étnica que se assemelha à efetuada pelas forças sérvias na Bósnia há vinte anos", referindo-se ao conflito na ex-Iugoslávia.

A Coalizão indicou ainda que há "um êxodo da população".

Após essa matança, centenas de famílias fugiam neste sábado dos bairros sunitas.

De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "elas começaram a fugir esta manhã dos bairros sunitas do sul da cidade em direção a Tartous e Jablé", respectivamente ao sul e ao norte de Banias.

Na quinta, um outro massacre foi registrado na localidade sunita de Bayda, na periferia sul de Banias. O OSDH indicou pelo menos 50 mortos, em sua maioria civis, informando que as mortes tinham sido causadas por execuções sumárias e bombardeios.

A Coalizão denunciou um "massacre em grande escala", mas o regime afirmou ter matado "terroristas".

O governo dos Estados Unidos lamentou neste sábado as informações relativas ao "massacre" cometido em Bayda e advertiu que "os responsáveis por violações dos direitos humanos terão que prestar contas".

"Os Estados Unidos estão horrorizados com as terríveis informações sobre mais de cem mortos no dia 2 de maio em horríveis ataques na cidade de Bayda", escreveu em um comunicado Jennifer Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.