O projeto de lei sobre o casamento gay voltou a ser discutido no Parlamento britânico, onde uma emenda conservadora estendendo a união civis aos casais heterossexuais pode atrasar a aprovação final do texto e enfraquecer o primeiro-ministro David Cameron.
Uma primeira versão do projeto de lei do casamento gay foi aprovada em fevereiro na Câmara dos Comuns por 400 votos a favor e 175 contra. Nesta segunda-feira várias alterações devem ser discutidas antes de uma nova votação na terça-feira.
Uma das emendas, apresentada por um deputado conservador, pretende estender aos casais heterossexuais a união civil, até então reservada aos casais homossexuais.
De acordo com o primeiro-ministro, esta "alteração destrutiva" custará 4 milhões de libras (4,7 milhões de euros) e um atraso de dois anos na adoção de uma lei sobre o casamento gay.
No entanto, é provável que receba o apoio não apenas daqueles que se opõem ao casamento gay, mas também pela oposição trabalhista, por uma questão de igualdade.
Se for aprovada, representaria mais um golpe para David Cameron, já pressionado pelo seu partido sobre a questão europeia.
"Longe de ser uma medida destrutiva, a minha emenda para estender as parcerias civis aos heterossexuais é apoiada pelos principais defensores do casamento gay dentro do Partido Trabalhista e entre os liberais-democratas", argumentou o deputado que apresentou a emenda.
Segundo uma pesquisa realizada com 159 deputados de todos os partidos, 73% deles apoiam que as parcerias civis devem ser estendidas a casais heterossexuais "por uma questão de igualdade".
Casais homossexuais britânicos já têm os mesmos direitos parentais que os casais heterossexuais: eles podem adotar desde 2005 e recorrer à reprodução assistida e barriga de aluguel, desde que não seja paga. Eles também podem se unir civilmente desde 2005.