O suposto autor dos golpes que matou um jovem militante antifascista de extrema esquerda em uma briga de rua na quarta-feira, em Paris, foi indiciado por violência voluntária sem intenção de matar, revelou uma fonte judicial.
O juiz de instrução não acolheu a hipótese de homicídio doloso, qualificação que havia sido escolhida pela promotoria na abertura do caso.
De acordo com o juiz, diante dos primeiros elementos da investigação, o réu Esteban, um skinhead de 20 anos, não teve a intenção de matar o militante de extrema esquerda Clément Méric, de 18.
O procurador de Paris, François Molins, havia declarado mais cedo neste sábado que três elementos justificavam sustentar uma "intenção homicida": a força e a violência dos golpes aplicados no jovem, as suspeitas do uso de um soco inglês e a causa da morte de Clément, devido a vários golpes, e não à queda em consequência das agressões, como revelaram os resultados da necropsia.
Esteban e as outras quatro pessoas apresentadas perante a Justiça, incluindo uma jovem, reconheceram ser simpatizantes do movimento francês de extrema direita Troisième Voie (Terceira Via, em português).
A promotoria solicitou prisão preventiva para os quatro homens.
Clément Méric era militante da Ação Antifascista Paris-Subúrbios (AFA).
O primeiro-ministro socialista, Jean-Marc Ayrault, pediu neste sábado ao ministro de Interior, Manuel Valls, que inicie o processo de dissolução do grupo Juventudes Nacionalistas Revolucionárias, serviço de segurança da Terceira Via.