Mais de 80 mil bombeiros e soldados trabalhavam neste sábado, 8, para conter as mais dramáticas enchentes na Alemanha em uma década. Com pontes e ruas intransitáveis em várias partes do leste e sul do país, milhares de moradores estão impossibilitados de voltar para casa e ocupam abrigos emergenciais. Vinte pessoas supostamente morreram em virtude das inundações na região central da Europa depois de vários dias de fortes chuvas.
A agência de notícias alemã DPA informou que autoridades evacuarem um lar de idosos em Magdeburg, na Alta-Saxônia, e desligaram a eletricidade em várias partes da cidade. Onde o rio Saale encontra o Elba, cerca de 3 mil pessoas tiveram que abandonar suas moradias. "Os próximos dias serão extremos e difíceis", afirmou o prefeito de Magdeburg, Lutz Truemper, à agência.
Enchentes também foram registradas na Hungria, na Eslováquia e na República Tcheca, enquanto milhares de pessoas na Áustria se esforçavam para retirar a lama deixada pelo transbordamento do rio Danúbio.
Na Hungria, quase 2 mil moradores da cidade de Gyorujfalu, no noroeste de Budapeste, foram evacuados porque as autoridades temiam que os diques não suportariam a pressão das águas do Danúbio. Outros 980 residentes tiveram que deixar suas casas por precaução.
Centenas de voluntários e soldados ajudavam a reforçar as barreiras de contenção em Szentendre, uma cidade localizada 22 quilômetros ao norte de Budapeste, enquanto os reservistas militares de outros municípios enchiam sacos de areia e os empilhavam no topo dos muros ao longo do rio Danúbio, cujas águas devem subir amanhã 40 centímetros acima do atual recorde de 7,6 metros. Uma barreira de contenção de 330 metros de distância e 2,5 metros de altura foi construída no início desta semana e está protegendo o centro da cidade.
A elevação das águas do Danúbio, o maior rio da Europa, deve afetar Budapeste nesta segunda-feira. O nível das águas, que estava em 8,6 metros neste sábado, deve subir para 8,95 metros, ficando perto de superar o muro de 9,3 metros de altura. Em uma das enchentes mais devastadoras, em 1838, o Danúbio matou 150 pessoas e deixou mais 50 mil desabrigados.
Na Eslováquia, a situação em Komarno é especialmente crítica, já que várias barreiras de proteção começaram a vazar e os voluntários tentem reforçá-las com sacos de areia. Na República Tcheca, as águas baixaram e os trabalhos de limpeza estavam em andamento. No entanto, medidas anti-inundação devem continuar em vigor, à medida que estão previstas fortes tempestades para o fim de semana.