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Obama garante que programas de vigilância de comunicações são legaisEUA: vigilância de grupos 'sistêmicos' vai além dos bancosVigilância digital do FBI é considerada inconstitucionalChefe de inteligência dos EUA critica jornais por revelaçõesChefe da inteligência americana busca provas criminais em vazamentosUm dos documentos divulgados pelo The Guardian diz que o informante foi criado para dar à NSA resposta oficiais a questões como: “Que tipo de cobertura nós temos no país X?”; “Quantos sites nós temos nessa região?”; “Quantas gravações (ou de que tipo) estão coletadas contra determinado país?”. Em uma lâmina de apresentação sobre o programa, a NSA afirma que “a ferramenta autoriza seus usuários a selecionar um país no mapa e acessar o volume de informações de que precisa e selecionar detalhes colecionados contra aquele país”.
Ao The Guardian, a porta-voz da NSA, Judith Emmel, explicou que a tecnologia desenvolvida até o momento não permite a identificação do emissor ou do destinatário de um e-mail, por exemplo. “A NSA constantemente informa, inclusive o Congresso, que não tem a habilidade para determinar com certeza a localização ou identidade todos os envolvidos em uma troca de comunicação”, afirmou.
DIZ QUE ME DIZ
Empresas de comunicação vigiadas pelo governo negaram ter conhecimento sobre o Prism e afirmam que só fornecem dados após ordem judicial. Uma reportagem do New York Times de ontem, porém, mostrou que as empresas fizeram acordos com o governo para modificar seus sistemas criando brechas para o monitoramento, de forma extra-oficial. Segundo a publicação, o Twitter não teria aceitado o acordo e foi monitorado dentro do sistema legal de vigilância. As empresas de comunicação são obrigadas a fornecer dados ao serviço de inteligência quando acionadas judicialmente, conforme prevê o Código de Vigilância e Inteligência Estrangeira.
A notícia sobre o avançado monitoramento norte-americano surpreendeu alguns países, que manifestaram preocupação com a violação de privacidade por parte da administração Obama. A Inglaterra, por outro lado, acompanha o desenvolvimento do Prism há pelo menos três anos, de acordo The Guardian. Ontem, a agência oficial responsável pelas escutas na Grã-Bretanha informou que entregará ao parlamento um relatório explicando seus vínculos com o programa de espionagem.
Assange critica os EUA
Referindo-se às denúncias de espionagem por parte do governo norte-americano, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou que os Estados Unidos vivem um “colapso catastrófico do direito”. “O governo americano tem gravações telefônicas de todo o mundo nos Estados Unidos e a NSA as tira diariamente das mãos das operadoras em virtude de acordos confidenciais. Isto é o que se entende”, disse o australiano, durante entrevista na embaixada do Equador em Londres concedida à agência France-Presse na sexta-feira e divulgada ontem.