O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ter sentido "profunda humildade" ao visitar a cela em Robben Island onde Nelson Mandela passou 18 anos como prisioneiro, em uma homenagem prestada neste domingo ao líder sul-africano, que Obama não conseguiu visitar em Pretória.
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Alma de Mandela não está em paz, afirmam líderes tradicionaisObama classifica Mandela de 'fonte de inspiração para o mundo'Em visita à África do Sul, Obama conversa com mulher e filhas de MandelaPaís ora por Mandela, diz presidente sul-africanoNelson Mandela segue em estado graveDepois de visitar a ilha, Obama escreveu uma nota no livro de visitantes. "Em nome da nossa família, sentimos profunda humildade de estar onde os homens de tal coragem enfrentaram a injustiça e se recusaram a ceder", escreveu. "O mundo é grato aos heróis de Robben Island, que nos lembram que não há algemas ou celas capazes de igualar a força do espírito humano."
A hospitalização de Mandela lançou uma nuvem sobre a muito aguardada visita de Obama a três nações da África. Mais tarde, Obama fará de Mandela a pedra fundamental de um discurso na Universidade da Cidade do Cabo, citando o seu legado unificador como um modelo para uma nova geração na África emergente.
A doença de Mandela colocou Obama em uma situação política complicada, obrigando-o a equilibrar o seu desejo de pressionar por uma nova relação econômica com a África com a necessidade de honrar devidamente o líder sul-africano, que está na UTI há mais de três semanas.
No sábado, Obama e sua esposa Michelle telefonaram para a esposa de Mandela, Graça Machel, e o presidente então fez visitas a várias filhas e netos de Mandela para oferecer apoio e orações. Mas ele optou por não levar sua enorme comitiva ao hospital de Pretória onde a Mandela, de 94 anos, está hospitalizado, com medo de perturbá-lo. "Eu expressei minha esperança de que Madiba obtenha paz e conforto dos momentos que ele está passando com seus entes queridos", disse o presidente norte-americano, em comunicado.
O exemplo de Mandela, que se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, levou Obama a à política na década de 1970. "A luta aqui contra o apartheid, pela liberdade, a coragem moral de Madiba, a transição histórica de seu país a uma nação livre e democrática, têm sido uma inspiração pessoal para mim", disse Obama no sábado em Pretória. "Ele tem sido uma inspiração para o mundo."
Depois de conversar com Obama, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, disse que Mandela permanece em condição "crítica, mas estável" com uma infecção pulmonar recorrente.
A calorosa recepção ao presidente dos EUA, contudo, não foi universal. A polícia de choque disparou balas de borracha e granadas de efeito moral em cerca de 300 pessoas que protestavam contra Obama no sábado em Soweto.
A visita de Obama ao Senegal, África do Sul e Tanzânia busca mudar a percepção de que ele tem negligenciado a África desde a sua eleição em 2008, e, ao mesmo tempo, combater a crescente influência econômica da China no continente.
Ainda neste domingo, Obama irá anunciar uma nova medida para dobrar o acesso à energia elétrica na África subsaariana. A iniciativa "Energia para África", que inclui um investimento inicial de US$ 7 bilhões dos Estados Unidos durante os próximos cinco anos. Empresas privadas, incluindo General Electric e Symbion Energia, se comprometeram a fazer investimento adicional de US$ 9 bilhões com o objetivo de fornecer energia a milhões de africanos que ainda sofrem com a falta de eletricidade.