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Estado de Minas

Obama chega à Cidade do Cabo e visita a cela de Mandela


postado em 30/06/2013 13:55 / atualizado em 30/06/2013 15:06

Obama se disse sensibilizado ao visitar cela onde Mandela foi mantido prisioneiro(foto: JIM WATSON / AFP)
Obama se disse sensibilizado ao visitar cela onde Mandela foi mantido prisioneiro (foto: JIM WATSON / AFP)


O presidente americano, Barack Obama, em viagem oficial à África do Sul, desembarcou neste domingo na Cidade do Cabo, onde visitou Robben Island, a ilha-prisão na qual o líder da luta contra o apartheid Nelson Mandela, atualmente hospitalizado em estado crítico, ficou detido por 18 anos. Na emotiva visita, Obama expressou sua profunda humildade por conhecer um local de importância tão histórica.


"Em nome de minha família, quero expressar um sentimento de profunda humildade por estar em um lugar onde as pessoas de semelhante coragem enfrentaram a injustiça e se negaram a se render", escreveu o presidente americano no livro de visita, o qual assinou junto à esposa Michelle. "O mundo agradece aos heróis de Robben Island, que nos recordam que não existem grilhões ou celas que possam igualar a força do espírito humano", escreveu ainda.

Durante a visita, Obama estava acompanhado por sua esposa Michelle e suas duas filhas, Sasha e Malia. A família presidencial foi guiada por Ahmed Kathrada, de 84 anos e ex-companheiro de prisão de Mandela, que em 1964 foi condenado à prisão perpétua. O grupo percorreu diversas partes do complexo, onde 34 dirigentes da luta contra o 'apartheid', incluindo Mandela, passaram anos de trabalhos nas pedreiras. O presidente inclusive passou alguns momento junto à janela com barras de ferro da cela onde Mandela passou a maior parte de seus 27 anos de prisão.


O primeiro presidente negro da África do Sul passou seis semanas detido em Robben Island em 1963 e depois quase 18 anos entre julho de 1964 e março de 1982. Depois foi transferido para outras penitenciárias perto da Cidade do Cabo. Em fevereiro de 1990 foi libertado, depois de passar 27 anos nas prisões do regime racista do apartheid.

Na véspera, falando na Universidade de Soweto, Obama pediu à juventude africana que se inspire na vida de Nelson Mandela para superar as dificuldades da vida. "Pensem em 27 anos de prisão. Pensem nos sofrimentos, nos conflitos e na distância da família e dos amigos", afirmou Obama.


"Houve alguns momentos sombrios que testaram sua fé na humanidade, mas ele jamais desistiu. Em sua vida, haverá momentos que testarão sua fé", enfatizou.


Uma cúpula inédita


Depois da visita a Robben Island, o presidente americano se reunirá com o ex-arcebispo anglicano da Cidade do Cabo e, como ele, prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, de 81 anos, no centro que fundou para ajudar os jovens seropositivos.

No início da noite, Obama pronunciará o principal discurso de seu giro africano na Universidade da Cidade do Cabo (UCT), onde o senador Robert Kennedy incitou, em um discurso que passou para a História, aos opositores do apartheid a levantarem-se contra a opressão.


Neste discurso, Obama anunciará sua intenção de receber no próximo ano, nos Estados Unidos, uma cúpula de dirigentes da África subsaariana, a primeira deste tio, segundo Ben Rhodes, conselheiro adjunto de segurança da Casa Branca. "O que queremos é prosseguir com o tipo de compromisso de alto nível representado por esta viagem", explicou. Obama também anunciará um projeto de 7 bilhões de dólares para melhorar a rede elétrica em vários países africanos.

Mais de 2/3 da população da África subsaariana vivem sem eletricidade, e mais de 85% da população rural não tem acesso à luz, indicou a presidência americana.


Acompanhado por uma importante delegação de empresários, Obama ficará na África durante uma semana, em um giro que, depois do Senegal e da África do Sul, o levará à Tanzânia. O presidente norte-americano chegou na sexta-feira à África do Sul e, apesar de não visitar Mandela no hospital, se reuniu com duas das três filhas do ex-presidente sul-africano e com oito de seus 17 netos.


Desde quinta-feira, quando o país esperava pelo pior, o estado de Mandela registrou leve melhora, mas a presidência ainda não emitiu um novo comunicado a respeito de seu estado de saúde.


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