O primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, hospitalizado em estado crítico e perto de completar 95 anos, já contemplava em 1998 a proximidade de morte com "otimismo", segundo um vídeo caseiro exibido pelo canal americano CBS.
"Me aproximo do final, mas sou otimista. Tenho muito bom ânimo, pois tive uma vida plena", afirma Mandela no vídeo, gravado durante uma visita a um adolescente que tinha um tumor cerebral. "Se você não é otimista e não está animado, a medicina não será muito eficaz", completou.
O herói da luta contra o apartheid, que passou 27 anos detido pelo regime racista, tinha 80 anos na época e era o presidente do país, que passou a ser uma democracia multirracial em 1994.
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Na quinta-feira, o ex-arcebispo da Cidade do Cabo e Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, pediu à família de Mandela que não manche o nome do ex-presidente.
"Por favor não sujem o nome dele. Por favor, por favor, por favor, deixem de pensar em vocês mesmos. É como cuspir no rosto de Madiba", afirma Desmond Tutu em um comunicado, uma reação aos conflitos familiares divulgados nos últimos dias.
"É difícil imaginar até que ponto é duro para uma família estar separada durante 27 anos de seu pai, os anos que passou na prisão, e depois ter que compartilhá-lo com o mundo inteiro", completou Tutu, outro líder na luta contra o apartheid e na defesa dos direitos humanos.
O neto mais velho de Mandela, Mandla, deu uma entrevista na quinta-feira e citou os problemas e divisões da família. O conflito familiar começou em 2011 quando Mandla Mandela transferiu os restos mortais do pai, de uma tia e um tio de Qunu (sul), o vilarejo no qual Mandela passou a infância, para seu povoado natal natal, Mvezo, onde o neto tem um grande projeto turístico dedicado ao avô.
Mas 15 integrantes da família entraram na justiça para exigir o retorno a Qunu. Um juiz deu razão aos demandantes e na quinta-feira os restos mortais voltaram para o local de sepultamento original.