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Estado de Minas

Médicos de Mandela descartam desligar aparelhos


postado em 05/07/2013 16:34

Os médicos do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela descartaram a opção de desligar os aparelhos que ainda o mantêm vivo, enquanto não houver uma falência real dos órgãos vitais, informou à AFP nesta sexta-feira um amigo da família.

"Disseram-me que a questão (de desligar os aparelhos) foi discutida", declarou Denis Goldberg, um companheiro de luta contra o apartheid de 80 anos de idade, que visitou seu amigo segunda-feira, a convite da esposa de Mandela, Graça Machel.

"Mas os médicos disseram que considerarão esta opção apenas se houvesse uma falência real dos órgãos. Como isso não aconteceu, eles estão dispostos a esperar calmamente e a estabilizar o seu quadro até a sua recuperação", acrescentou.

De acordo com um documento judicial revelado na quinta-feira pela AFP, a família Mandela, aconselhada pelos médicos, cogitou desligar os aparelhos na semana passada, já que o herói nacional estaria em "estado vegetativo".

O Prêmio Nobel da Paz de 1993, de 94 anos, foi hospitalizado em Pretória há quatro semanas devido a uma infecção pulmonar grave. Sua condição é descrita há mais de uma semana como "crítica, mas estável" pelas autoridades sul-africanas.

O porta-voz da Presidência, Mac Maharaj, única fonte oficial a comunicar informações sobre a saúde de Mandela, justificou nesta sexta em uma entrevista à AFP-TV a cautela demonstrada pelas autoridades desde a hospitalização de Mandela, em 8 de junho.

"Não entramos nos detalhes médicos para respeitar a confidencialidade médico/paciente, que se aplica na África do Sul e em muitos outros países, para respeitar a intimidade do ex-presidente Nelson Mandela e de sua família e, por último, para preservar a dignidade do ex-presidente".

De fato, a Presidência nunca deu informações sobre a evolução clínica de seu ilustre paciente.

Quinta-feira à noite, a Presidência se limitou a afirmar que o herói da luta contra o apartheid "não está em estado vegetativo", como sugeriu o documento judicial.

Goldberg havia indicado em uma primeira entrevista que Nelson Mandela estava "consciente" no momento de sua visita na segunda-feira e que "tentou" mexer os olhos e a boca.

O documento judicial indicando que Mandela estava "em estado vegetativo" foi redigido pelo advogado da família Mandela, que entrou com uma queixa na justiça contra o neto mais velho do ex-presidente, Mandla.

Após este triste episódio, o porta-voz da Presidência considerou nesta sexta como "lamentáveis" as disputas entre membros da família Mandela.

"É lamentável que haja uma disputa entre membros da família, e gostaríamos que fosse resolvida de forma amigável o quanto antes", declarou em sua entrevista à AFP-TV.


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