A Irmandade Muçulmana do Egito convocou nesta segunda-feira uma "revolta" depois da morte de 35 seguidores do presidente destituído Mohamed Mursi.
O movimento afirma que as mortes aconteceram de madrugada no Cairo, quando as forças de segurança a abriram fogo contra pessoas que rezavam.
A situação extremamente tensa ameaça ainda mais as complexas negociações para a formação de um governo de transição, seis dias depois da queda de Mursi.
O Partido da Justiça e da Liberdade (PJL), braço político da Irmandade Muçulmana, convocou em um comunicado uma "revolta do grande povo do Egito contra os que tentam roubar sua revolução com tanques".
O PJL também pede à "comunidade internacional, aos grupos internacionais e a todos os homens livres do mundo que atuem para impedir outros massacres (e) o surgimento de uma nova Síria no mundo árabe".
Na madrugada desta segunda-feira, muitos partidários do ex-presidente rezavam diante do quartel-general da Guarda Republicana quando soldados e policiais abriram fogo, afirma a Irmandade Muçulmana em um comunicado, que destaca o balanço de 35 mortes.
O exército anunciara um pouco antes que "terroristas armados" tentaram atacar o quartel da Guarda Republicana. A ação terminou com um oficial morto e vários soldados feridos, seis deles em estado crítico, segundo fontes militares.
O partido salafista Al-Nur informou a saída das negociações para a formação de um novo governo em resposta ao "massacre" desta segunda-feira de partidários do presidente derrubado.
"Decidimos sair imediatamente das negociações em resposta ao massacre diante da sede da Guarda Republicana" no Cairo, escreveu o porta-voz do Al-Nur, Nader Bakar, no Twitter.