O departamento americano de Estado voltou nesta segunda-feira a advertir os países que ofereceram asilo a Edward Snowden sobre o risco de deterioração das relações diplomáticas, em uma clara mensagem à Venezuela, Bolívia e Nicarágua.
"Qualquer país que conceder asilo a Snowden criará graves dificuldades em nossas relações bilaterais", disse a porta-voz Jen Psaki.
Desde a sexta-feira, Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden, um ex-assessor de Inteligência da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) que revelou um imenso programa de espionagem eletrônica promovido pelo governo do presidente Barack Obama.
Psaki citou apenas a Venezuela, mas não assinalou se a oferta de asilo deste país terá um impacto específico nas conversações diplomáticas iniciadas recentemente entre Washington e Caracas, que retiraram seus embaixadores em 2010.
"Este é um caso de alguém (Snowden) que enfrenta acusações criminais. Esperamos que qualquer governo envolvido leve isto em conta e apoie seu regresso aos Estados Unidos", disse a porta-voz.
"Mas tudo isto, até agora, é apenas hipótese", já que Snowden segue bloqueado no Aeroporto de Moscou.
O presidente Nicolás Maduro revelou na final da tarde desta segunda-feira que a Venezuela recebeu "a carta de pedido de asilo" de Snowden, e que aguarda a viagem do ex-assessor de Inteligência.
"Já recebemos a carta de pedido de asilo (...). Ele precisa dizer quando voa, se quer finalmente voar para acá", informou Maduro no Palácio de Miraflores, sede da presidência em Caracas. "Disse a este jovem: se você é perseguido pelo Império (EUA), venha para cá".
A solidariedade de Venezuela, Bolívia e Nicarágua com Snowden aumentou após o presidente boliviano, Evo Morales, ter o acesso ao espaço aéreo negado em vários países europeus diante da suspeita de levar o ex-assessor de Inteligência em seu avião.