Jornal Estado de Minas

Transparência: 53% das pessoas acham que a corrupção se agravou no mundo

AFP

Mais da metade da população mundial (53%) acha que a corrupção se agravou no mundo nos últimos dois anos e este número chega a 58% no continente americano, segundo um relatório da ONG Transparência Internacional publicado nesta terça-feira.

No Brasil, o número de pessoas pesquisadas que acham que os partidos políticos são corruptos chega a 81%.

Os resultados da pesquisa, intitulada Barômetro da Corrupção Global 2013 e realizada em 107 países, mostram que 27% das pessoas interrogadas afirmam que nos últimos 12 meses precisaram pagar subornos para ter acesso a alguns serviços públicos ou a algumas instituições.

"Os Estados têm que levar a sério as vozes que denunciam a corrupção e adotar ações concretas para favorecer a transparência e incitar a administração a prestar contas aos cidadãos", afirmou Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional, citada em um comunicado publicado na sede da ONG.

Nos 14 países do continente americano interrogados, 58% dos consultados pensam que a corrupção aumentou, mas esta percepção chega a 72% na Argentina, 71% no México ou 65% na Venezuela, que contrastam com os 43% do Uruguai, 46% do Peru e 48% do Brasil.

A pesquisa, realizada com 114.000 pessoas, também coloca em evidência uma crise de confiança na classe política.

Em 51 países, os partidos políticos são considerados a instituição mais corrupta e 55% dos pesquisados pensam que as decisões dos governos obedecem a interesses particulares.

A pesquisa revela que o número de brasileiro que considera os partidos políticos corruptos é de 81%.

O Congresso vem logo atrás, com 72% dos brasileiros opinando que é afetado pela corrupção, sendo seguido pela polícia, com 70%, pelos serviços médicos e de saúde (55%) e pelo Judiciário (50%).

A Transparência Internacional recomenda que os responsáveis políticos tornem públicas suas declarações de patrimônio, assim como as de suas famílias.

Além disso, convoca os partidos políticos a declararem as fontes de financiamento e suas receitas para saber "claramente quem os financia e revelar potenciais conflitos de interesse".

Os cidadãos são muito mais críticos com seus dirigentes em relação à corrupção desde o início da crise financeira em 2008, assegura a ONG.

Agora apenas 22% dos cidadãos pesquisados consideram que as medidas adotadas por seus governos para lutar contra a corrupção são eficazes, contra 31% de cinco anos atrás.

Já no Brasil, este número é de 21%, enquanto 56% dos seus cidadãos acreditam que o governo é "ineficaz ou "muito ineficaz" no combate à corrupção.

A ONG publica a cada ano a classificação da percepção da corrupção no mundo.