O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, hospitalizado há mais de um mês, "não está muito bem", mas está consciente, indicou nesta quarta-feira o rei thembu Buyelekhaya Dalindyebo, que inclui o herói nacional entre seus súditos. "Ele está indo bem", disse em um primeiro momento à AFP, antes de continuar: "claramente, ele não está muito bem".
O rei (grande chefe tradicional) Dalindyebo visitou na terça-feira Mandela, que foi internado em 8 de junho por uma infecção pulmonar recorrente e que se encontra estado crítico, respirando com a ajuda de aparelhos.
"Ele não podia falar, mas ele me reconheceu e fez alguns gestos de reconhecimento, como mover os olhos", disse ele. "Toda vez que eu falava, ele balançava a cabeça." "Eu pude ver que ele tem sido ajudado de muitas maneiras, ele estava entubado", relatou.
Perguntado se o grande homem conseguia respirar por conta própria, o rei thembu respondeu: "Ele recebe muita assistência (...) Tenho certeza de que isso é o que ele precisa".
Os thembus são um dos grupos da tribo Xhosa, originários do sudeste da África do Sul. O clã Madiba, ao qual pertence Nelson Mandela, faz parte deste grupo.
O rei Buyelekhaya Dalindyebo, um monarca tradicional, esteve por muito tempo ligado à ANC, o movimento anti-apartheid de Nelson Mandela, no poder desde 1994.
Ela anunciou recentemente que iria parar de fumar dagga (ervas) quando o presidente Jacob Zuma deixasse de ser corrupto, anunciando que se juntaria à Aliança Democrática, principal partido de oposição na África do Sul.
O rei Dalindyebo também anunciou que ele desejava destituir Mandla, o neto mais velho do herói da luta contra o apartheid, que é chefe tradicional da aldeia de Mvezo, onde Nelson Mandela nasceu em 1918.
Mandla levou para Mvezo os corpos de três filhos de Mandela em 2011. Foi processado por 15 membros da família que exigiram a devolução dos restos mortais para Qunu, a aldeia onde 'Madiba' deseja ser enterrado. O rei chegou a acusar Mandla de querer fazer das sepulturas da família "uma pista de dança."