Jornal Estado de Minas

Capriles elogia novo presidente paraguaio por rejeitar Mercosul

AFP

O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, parabenizou o presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, nesta terça-feira, por não retornar ao Mercosul sob a presidência rotativa da Venezuela, iniciada na última sexta.

"No tema do Mercosul, devo fazer um reconhecimento a Cartes, o presidente eleito do Paraguai, que não cedeu frente ao interesse econômico", disse Capriles em seu programa semanal pela Internet "Venezuela somos todos".

Mesmo depois que os membros do Mercosul deram sinal verde para a reintegração do Paraguai - depois da posse de Cartes em 15 de agosto -, o governo rejeitou a oferta na sexta-feira. Cartes alega que o ingresso da Venezuela no bloco e sua presidência rotativa não cumprem as "normas legais" da união comercial.

O Paraguai foi suspenso do Mercosul em junho de 2012 após a destituição do então presidente paraguaio, Fernando Lugo. Na época, o Congresso do Paraguai não havia aprovado a entrada da Venezuela e resistia a fazê-lo por motivos políticos.

Na sexta passada, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assumiu a presidência do Mercosul, bloco formado ainda por Brasil, Argentina e Uruguai.

"Cartes podia ter ficado tranquilo, ter dado uma de louco, e acho que teve uma postura constitucional, legal, sobre o tema, de não reconhecer o 'espúrio'", declarou Capriles, referindo-se a Maduro.

Maduro saiu vitorioso das urnas, na eleição de 14 de abril, e Capriles ainda não o reconheceu como presidente.

O novo presidente paraguaio também pediu que - "como um gesto de boa vontade" - lhe fosse destinada a presidência rotativa do bloco, manifestando sua oposição a que fosse assumida pela Venezuela.

Durante a cúpula de Montevidéu, Maduro afirmou que a presidência pró-tempore venezuelana tem como tarefa "imediata" a reincorporação do Paraguai e disse ter "a melhor vontade" para superar os problemas com Assunção.

Venezuela e Paraguai permanecem sem embaixadores desde junho de 2012 em meio à crise política deflagrada após a destituição de Lugo.