Cinco réus no julgamento do naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia, em janeiro de 2012 (32 mortos), foram condenados neste sábado a penas que variam de dois anos e dez meses a um ano e seis meses de prisão, informou a imprensa. O Tribunal italiano de Grosseto (Toscana) concedeu aos acusados o chamado "pattegiamento", que permite um acordo amigável quanto as sanções em troca de, pelo menos, o reconhecimento parcial da culpa.
O comandante Francesco Schettino, cujo julgamento foi iniciado quarta-feira, teve o pedido de "pattegiamento" negado pelo Ministério Público, que emitiu um parecer desfavorável. Mas seus advogados entraram com um novo pedido. Quatro dos condenados, cujos advogados formalizaram as requisições de negociação de suas sentenças em maio, em uma audiência preliminar, estavam à bordo do navio no momento da tragédia, o quinto é o diretor da unidade de crise da Costa Crociere, Roberto Ferrarini.
Este último foi quem recebeu a pena mais dura, de dois anos e dez meses de prisão. O gerente de bordo, Manrico Giampedroni, recebeu dois anos e seis meses de prisão e o oficial de bordo, Ciro Ambrosio, foi condenado a um ano e 11 meses de detenção. O timoneiro indonésio, Jacob Rusli Bin, foi condenado a um ano e oito meses, enquanto outra oficial à bordo, Silvia Coronica, foi condenada a um ano e seis meses, a menor pena.
Ciro Ambrosio teve sua pena diminuída graças à ajuda que forneceu aos passageiros quando eles tentavam deixar o navio. O naufrágio do navio de cruzeiro terminou com a morte de 32 pessoas próximo a pequena ilha de Giglio, na Toscana. Advogados do capitão Schettino consideram que a justiça tem aplicado "dois pesos e duas medidas" entre, por um lado, Francesco Schettino, e, por outro, as outras cinco pessoas que também tiveram responsabilidade no desastre.
A perspectiva da negociação das penas provocou a ira das vítimas, que querem justiça para seus mortos. Na noite de 13 de janeiro de 2012, o navio de 114.500 toneladas atingiu um rochedo perto da costa e encalhou com 4.229 pessoas a bordo, incluindo 3.200 turistas.
Trinta e duas pessoas morreram, dois corpos nunca foram encontrados. Entre as 250 parte civis do processo estão a Costa Crociere (grupo Carnival), proprietária do navio, o Estado italiano e a ilha de Giglio, onde a enorme carcaça repousa perto do porto.