Jornal Estado de Minas

Maquinista que conduzia trem que se acidentou na Espanha será ouvido por juiz

O excesso de velocidade é tido como hipótese mais provável para explicar o acidente

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- Foto: AFP PHOTO / LA VOZ DE GALICIA / XOAN A. SOLER / MONICA FERREIROS
Um juiz de Santiago de Compostela, no Noroeste da Espanha, deve tomar neste domingo o depoimento do maquinista Francisco Garzón, de 52 anos, que conduzia o trem que descarrilou na noite de quarta-feira na entrada da cidade, capital da região autônoma da Galícia. Garzón, que se feriu no acidente e estava formalmente sob detenção desde a noite seguinte à tragédia, recebeu alta hospitalar e foi levado ontem para a delegacia. Ele é acusado de homicídio por imprudência, como responsável pela morte de 78 passageiros que viajavam de Madri para as festas do Dia de Santiago.

O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, informou que o condutor, até ontem, vinha se valendo do direito de ficar em silêncio e se negava a falar com a polícia. A partir de hoje, porém, expira o prazo de 72 horas da detenção policial antes de um acusado ser colocado à disposição da Justiça. “Há indícios razoáveis para considerar que ele possa ter responsabilidade no que ocorreu, o que será determinado pelo juiz”, afirmou Díaz.

O excesso de velocidade é tido como hipótese mais provável para explicar o acidente. As primeiras investigações sugerem que ele pode ter sido causado pela imprudência de Garzón, e não por falha no sistema de freios. “Quatro quilômetros antes de onde ocorreu o acidente, ele já tinha a notificação de que era preciso reduzir a velocidade”, disse Gonzalo Ferre, presidente da Adif, que administra a rede espanhola de ferrovias. Segundo a transcrição de uma conversa por rádio entre o maquinista e a estação de Santiago, feita pelo El País, Garzón chegou a 190 km/h a uma curva onde a velocidade máxima permitida era de 80 km/h. Porta-vozes da Renfe, empresa que opera a linha Madri-Santiago, confirmaram que o condutor é experiente e conhecia bem o trajeto.