O governo do Egito ordenou nesta quarta-feira que a polícia desmantele dois acampamentos de protestos no Cairo que abrigam partidário do presidente deposto Mohammed Morsi. Segundo a nova liderança do país, esses manifestantes representam uma ameaça à segurança nacional e estariam "aterrorizando" os cidadãos.
Mais de 260 pessoas foram morta desde que Morsi foi deposto pelos militares, no dia 3 de julho, dividindo o país entre os que querem sua volta e os que protestam contra ele e a Irmandade Muçulmana e demonstram seu apoio ao novo governo.
A polícia recebeu instruções para encerrar os protestos "dentro da lei e da Constituição", declarou a ministra da Informação, Dorreya Sharaf el-Din, em comunicado lido na televisão, embora ela não tenha determinado um prazo para a ação.
O ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, que é responsável pela polícia, disse que a dissolução dos acampamentos será feita de forma gradual, de acordo com as ordens dos promotores. "Eu espero que eles (os partidários de Morsi) recorram à razão" e saiam sem que as autoridades tenham de entrar, declarou ele à Associated Press em entrevista por telefone.
Mas grupos de partidários de Morsi prometeram continuar suas manifestações pacíficas, apesar da ordem do governo dada à polícia. "Nada vai mudar", disse o porta-voz Gehad El-Haddad ao ser perguntado se os protestos seriam encerrados.
A promotoria egípcia entregou ao Judiciário o caso de três líderes da Irmandade, dentre eles o líder espiritual Mohammed Badie, que fugiu, para que sejam julgados por incitar manifestações contrárias a Morsi no mês passado. Os dois que já estão detidos são o vice de Badie, Khairat el-Shater, e o graduado líder do grupo, Rashad Bayoumi.
Eles são acusados de incitar o assassinato de pelo menos oito manifestantes do lado de fora da sede da Irmandade, no Cairo, na noite de 30 de junho e na manhã do dia seguinte. Nenhuma data foi estabelecida para o julgamento, que será realizado por um tribunal criminal. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.