O ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri, líder do bloco pró-ocidental, considerou nesta sexta-feira que o arsenal do Hezbollah já no se justifica desde que esse movimento xiita passou a combater ao lado das forças do presidente sírio, Bashar al-Assad.
"A ideia (...) de que o Líbano precisa de armas da resistência (Hezbollah) para enfrentar a ameaça israelense (...) já não tem sentido", declarou Hariri em um discurso transmitido pela televisão em Jeddah, na Arábia Saudita, onde vive há dois anos.
As armas do Hezbollah "foram transferidas da luta contra o inimigo israelense para a luta contra o povo sírio", acrescentou, considerando que o arsenal também é utilizado para "causar medo na vida política libanesa".
O arsenal do Hezbollah, que este movimento sempre justificou em nome da luta contra Israel, é um tema polêmico no Líbano desde 2005, mas uma longa série de negociações não permitiu resolver a questão.
O presidente libanês, Michel Suleiman, afirmou na manhã de quinta pela primeira vez que o arsenal do poderoso movimento xiita, que combate ao lado do regime na Síria, deve ser colocado a serviço do Estado libanês.
"Chegou a hora de o Estado, com seu Exército e sua orientação política, ser o único a administrar e decidir sobre a utilização" das armas do Hezbollah, disse Suleiman, ex-chefe do Estado-Maior, em ocasião da festa do Exército.