Uma nova super-heroína paquistanesa que luta contra vilões disfarçada com uma burca preta está pronta para ser exibida no mundo inteiro, contou à AFP seu criador, que tem planos de exibir o desenho em cerca de 60 países.
O programa, que mistura comédia e ação, faz parte da expressão do sentimento de contestação em um país onde os militantes do Talibã têm impedido milhares de meninas de irem à escola no noroeste do país e atacado os ativistas que lutam pela sua educação.
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Kerry espera que ataques com drones no Paquistão acabem 'em breve'Barack Obama convida primeiro-ministro do Paquistão aos EUAMamnoon Hussain é eleito presidente no PaquistãoTalibãs atacam prisão e libertam 250 detidos no PaquistãoUma distribuídora de TV da Europa já demonstrou interesse e tem mantido contato para traduzir o desenho para 18 idiomas, incluindo inglês e francês, e assim exibir a atração em 60 países, acrescentou Rashid.
A questão da educação das meninas no noroeste do Paquistão - região marcada por militantes radicais - chegou às manchetes mundiais em outubro de 2012, quando talibãs atiraram em uma adolescente ativista, Malala Yousafzai.
Malala, que luta pelo direito das meninas de ir à escola, sobreviveu ao ataque e, no mês passado, fez um forte discurso na ONU, em Nova York.
Rashid disse que Malala é uma "super-heroína da vida real" por sua coragem, e contou que o ataque aconteceu enquanto o episódio inicial de 'Burka Avenger' estava sendo preparado. "Ficamos todos atordoados porque estávamos trabalhando exatamente na mesma história: uma menina que enfrenta um vilão que havia tentado fechar sua escola", disse ele.
"Eu nunca tinha ouvido falar de Malala antes disso - foi como se a vida estivesse imitando o que estava na nossa tela enquanto desenvolvíamos o programa".
Quase metade de todas as crianças do Paquistão e aproximadamente três quartos das meninas não estão matriculadas na escola primária, de acordo com a ONU e as estatísticas do governo publicadas no ano passado.
Jiya, a professora e protagonista do desenho animado, se transforma em uma heroína de ação que usa uma burca e esbanja suas habilidades em artes marciais para lutar contra "a ignorância e a tirania" na aldeia fictícia de Halwapur.
Armada apenas com livros e canetas, ela enfrenta o perverso Baba Bandook e seus capangas, como Vadero Pajero - um político corrupto, bastante familiar para os adultos paquistaneses. O programa tem causado um debate acalorado na imprensa de língua inglesa do Paquistão, que se questiona se a escolha do disfarce de Jiya é um sinal de fortalecimento ou promove algo usado para oprimir as mulheres.
Mas Yousaf Ejaz, diretor artístico do show, disse que a inspiração veio de sua infância. "Eu era um grande fã do Batman e minha avó tinha uma burca. Quando ela saía, eu pegava sua burca e fingia que era o Batman, gritando: 'Eu sou o Batman, olha para mim'", contou ele. "Essa foi uma das inspirações quando eu estava conversando com Haroon sobre as primeiras ideias do Burka Avenger", disse.