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Estado de Minas

Mineiros chilenos recordam resgate após três anos


postado em 05/08/2013 19:55

Um grupo de 11 dos 33 mineiros que ficaram retidos por 69 dias em uma mina do Atacama, no Chile, recordou nesta segunda-feira a operação "cinematográfica" que possibilitou seu resgate, lamentando que a investigação sobre o acidente não tenha apontado qualquer culpado.

Uma cerimônia religiosa foi realizada no Santuário da Virgem da Candelária, em Copiapó (800 km ao norte de Santiago), e no final da missa os 11 mineiros mostraram sua indignação com o recente encerramento do caso envolvendo a mina San José.

"Estou muito sentido, como todos. Isto é uma brincadeira, como se não tivesse ocorrido nada. O que queriam, mortos?!" - disse José Ojeda, o mineiro que escreveu a mensagem revelando que o grupo estava vivo sob a terra, após 17 dias sem contato.

"Estamos bem no refúgio, os 33", dizia a mensagem exibida a todo o mundo pelo presidente Sebastián Piñera.

"Estamos decepcionados, fizeram tanto para nos resgatar e agora nos atiram no lixo, mas vamos esgotar todas as alternativas", revelou à AFP Mario Sepúlveda, o mais descontraído dos 33 mineiros do Atacama.

O promotor regional do Atacama, Héctor Mella, informou o encerramento do caso, na quinta-feira passada, por "ausência de convicção para se formular acusação".

Os proprietários da mina San José, Alejandro Bohn e Marcelo Kemeny, foram os principais indiciados. Em outubro de 2011, os dois empresários chegaram a um acordo judicial com o Estado para pagar 5 dos 22 milhões de dólares gastos com o resgate.

"Ainda falta muito o que fazer", afirmou Luis Urzúa, o líder dos mineiros, que hoje atua como porta-voz do grupo e analisa uma ação judicial.

Em paralelo a ação penal, os mineiros iniciaram um processo civil por negligência contra o Estado chileno, por permitir o funcionamento da mina de ouro e cobre que deveria estar fechada por falta de segurança.

A ação civil pede uma indenização de 500 mil dólares para cada um dos 33 mineiros.

Três anos após o acidente e o resgate "cinematográfico", que atraiu a atenção do mundo, os mineiros não vivem uma situação econômica confortável, apesar da enxurrada de ofertas logo após o incidente.

"Somos os únicos famosos do mundo que ficamos mais pobres", resumiu Sepúlveda.

O grupo aguarda o filme sobre o resgate que será protagonizado por Jennifer López e Antonio Banderas, mas até o momento só recebeu uma pequena parte dos direitos autorais.


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