Jornal Estado de Minas

Iêmen diz ter frustrado plano da Al-Qaeda para atacar um terminal petrolífero

Essa é a primeira indicação da natureza da ameaça que levou ao fechamento de missões diplomáticas dos Estados Unidos no Oriente Médio e na África

AFP

Militar faz segurança no Aeroporto Internacional de Sanaa, no Iêmen - Foto: AFP PHOTO/MOHAMMED HUWAIS
O Iêmen anunciou nesta quarta-feira ter frustrado um plano da Al-Qaeda para atacar um terminal petrolífero controlado pelo Ocidente, ao mesmo tempo que um avião teleguiado americano matou sete supostos jihadistas no sudeste do país. A confirmação do governo iemenita foi a primeira indicação da natureza da ameaça que levou ao fechamento de missões diplomáticas dos Estados Unidos na região desde domingo.

O temido braço iemenita da rede jihadista planejou atacar o terminal petrolífero de Mina al-Dhaba, administrado por uma companhia canadense, na costa do Mar da Arábia, e uma instalação de exportação para derivados de petróleo, e esperava tomar como reféns seus funcionários, incluindo expatriados ocidentais, disse um porta-voz do governo.

Eles também conspiraram para tomar o controle da capital provincial Hadramawt, em Al-Mukalla, uma cidade portuária de cerca de 100.000 pessoas, bem como a área de Ghayk Bawazeer, ao norte, declarada brevemente por militantes da Al-Qaeda como um emirado islâmico no início deste ano, informou o porta-voz Rajeh Badi.

Os militantes haviam planejado realizar seus ataques disfarçados com uniformes militares. "Eles iriam protestar fingindo ser guardas que exigiam bônus... e então invadiriam o porto", disse Badi. "Se eles falhassem em assumir o controle das instalações, o plano era levar especialistas estrangeiros para longe como reféns", acrescentou.

O ataque foi planejado para o 27º dia do Ramadã, o mês de jejum para os muçulmanos, que coincidiu com a segunda-feira, o segundo dia do fechamento em massa das missões dos Estados Unidos no Oriente Médio.

Washington fechou 19 embaixadas e consulados no Oriente Médio e na África, citando comunicações interceptadas entre os militantes que supostamente incluíam uma ordem de ataque proveniente do líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, para o braço iemenita da rede.

Tensão em batalha com drones

Embora as missões diplomáticas tenham sido fechadas em diversas cidades de todo mundo árabe, o foco de preocupação era o Iêmen, onde as forças americanas lutam uma guerra com drones (aviões não-tripulados) contra a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA). Washington e Londres retiraram seu pessoal diplomático de Sanaa na terça-feira, citando relatórios de inteligência sobre um ataque iminente da AQPA.

O mais recente ataque de drone dos Estados Unidos matou sete militantes nesta quarta-feira na província de Shabwa, a oeste de Hadramawt, e foi a segunda ação deste tipo em dois dias, disseram fontes tribais. O ataque, ocorrido no início da manhã na cidade de Nasab, destruiu dois veículos, disseram as fontes. Todos os mortos eram militantes da AQPA. Este foi o quinto ataque de drone lançado pelos Estados Unidos no Iêmen desde 28 de julho. Ao menos 24 supostos militantes da Al-Qaeda foram mortos desde então.