Uma perícia técnica indicará quais as causas de um incêndio que causou a morte de 150 animais que viviam entre grades e em recintos de uma loja de animais e viveiro de aves, que funcionava no bairro Campinas, em Goiânia. Aves importadas, como turquasines (Austrália), ring neks (Índia, África ou China), pavões de cauda longa (Ásia e Brasil), cães, gatos, coelhos e até peixes morreram no incêndio. Os proprietários estimam em cerca de R$ 300 mil o prejuízo.
Dos 200 bichos que estavam no pet shop, os bombeiros conseguiram resgatar 50. A loja fica na esquina das Avenidas Castelo Branco e Santa Luzia e é chamada de Viveiro das Aves. A Castelo Branco concentra dezenas de lojas que revendem animais para clientes comuns e criadores, e artigos para pet shops.
A comerciante afirmou que ela e o marido começaram no ramo há 15 anos e instalaram a loja no Campinas há cinco. Apesar da experiência, Francisca relatou que o seguro venceu poucos dias antes do incêndio e seria renovado só na quinta-feira, 15. "Marcamos com o gerente do banco, mas não deu tempo", lamentou.
O estabelecimento foi todo consumido pelas chamas, que foram detectadas por volta das 16h10 horas deste domingo e debeladas cerca de duas horas depois. Ela afirmou acreditar que o foco tenha se iniciado nos fundos do viveiro e por isso demorou para o fogo ser percebido. Quatro unidades do Corpo de Bombeiros, somando 15 policiais, trabalharam no combate ao fogo, que se alastrou, rapidamente, impedindo a remoção dos animais. Foram usados 7 mil litros de água.
Os bichos morreram, principalmente, sufocados pela fumaça, mas alguns também teriam sido queimados, de acordo com os bombeiros. Uma das hipóteses mais prováveis é de que o fogo tenha sido causado por um curto-circuito nas instalações elétricas do estabelecimento, que funcionava num prédio antigo.
Fogo recorrente
Bairro mais antigo de Goiânia, o setor Campinas tem sido atingido por diversos incêndios, especialmente nos fins de semana. A fiação antiga e construções feitas sem regras de prevenção explicam a maioria deles. Outro agravante é que o bairro abriga centenas de galpões comerciais, muitos atacadistas que estocam diferentes produtos no mesmo espaço, incluindo inflamáveis como papel e óleo.
Em julho, um galpão foi atingido e destruído parcialmente. Menor sorte teve outro que foi totalmente destruído em maio e que era um dos maiores atacadistas da região, ocupando três galpões com produtos alimentícios, que foram totalmente queimados. Os moradores que ainda residem na região e que são vizinhos dessas empresas vivem sobressaltados com medo de terem as casas também atingidas.