A União Juvenil Maspero, um movimento da juventude copta, está convencida de que se trata de uma “guerra de represálias” contra a minoria religiosa, que representa 10% da população egípcia. O grupo acusou os seguidores de Morsi de convertê-los em alvo em resposta ao apoio do Papa dos coptos Tawadros II ao golpe militar que expulsou do poder em 3 de julho o líder islamita. A Iniciativa Egípcia pelos Direitos Humanos (EIPR), uma ONG local, afirma que na quarta-feira ao menos 25 igrejas foram queimadas, assim como escolas cristãs, lojas e casas nas 27 províncias do país.
Na Arábia Saudita, o rei Abdullah pediu aos árabes que fiquem juntos contra “tentativas de desestabilizar” o Egito, em uma mensagem de apoio à liderança militar egípcia e num ataque à Irmandade Muçulmana. “O reino da Arábia Saudita, seu povo e governo, permaneceu e permanece hoje com seus irmãos no Egito contra o terrorismo”, disse o rei em mensagem lida na televisão saudita, em uma aparente referência aos confrontos entre a Irmandade Muçulmana e a polícia. “Todos aqueles que se intrometem nas questões internas do Egito estão inflamando a agitação”, acrescentou.
O país prometeu US$ 5 bilhões (R$ 12 bilhões) em ajuda ao Egito depois que Morsi foi derrubado. A declaração do rei Abdullah foi o primeiro comentário da Arábia Saudita sobre a crise política no Egito, um país que é visto como um aliado vital contra o xiita Irã e os grupos islâmicos antiocidentais