O soldado norte-americano Bradley Manning foi sentenciado nesta quarta-feira a 35 anos de prisão por ter entregado centenas de milhares de documentos secretos - militares e diplomáticos - ao site WikiLeaks, no maior vazamento desse tipo da história dos Estados Unidos. A pena máxima para as acusações contra ele era de 90 anos.
No mês passado, uma juíza condenou Manning, de 25 anos, por 20 crimes, dentre eles seis violações da Lei de Espionagem, cinco crimes de roubo e fraude cibernética. A promotoria não conseguiu provar que ele ajudou o inimigo, crime que pode ser punido com prisão perpétua.
Durante a breve audiência, a juíza juiz militar não forneceu qualquer explicação para a sentença. Manning levantou-se e não demonstrou reação.
Os promotores haviam pedido pelo menos 60 anos de prisão, afirmando que a sentença iria dissuadir outros soldados de seguir os passos de Manning. A defesa do réu havida sugerido não mais do que 25 anos pois assim ele poderia reconstruir sua vida.
O soldado, que é considerado herói por alguns e traidor por outros, terá descontada da pena os mais de três anos que ficou detido, mas terá de cumprir pelo menos um terço da pena antes de pedir liberdade condicional.
Manning vazou mais de 700 mil relatórios de campo de batalha das guerras no Iraque e no Afeganistão e telegramas diplomáticos do Departamento de Estado em 2010, quando trabalhava como analista de inteligência no Iraque.
Ele pediu desculpas e disse que queria provocar um debate sobre as ações militares e diplomáticas de seu país. "Eu acreditava que iria ajudar as pessoas, não machucá-las", declarou ele na semana passada.
Sua defesa disse que ele estava sob pressão mental extrema como um jovem em luta com questão de identidade de gênero num período em que pessoas que assumiam sua homossexualidade não podiam entrar no Exército.
A promotoria afirmou que o vazamento colocou em perigo as vidas de fontes da inteligência norte-americana e fez com que vários embaixadores fossem convocados, transferidos ou expulsos.
A Anistia Internacional e a Rede de Apoio a Bradley Manning anunciaram uma petição online que pede ao presidente Barack Obama que perdoe Manning.