Os chefes de Estado da região dos Grandes Lagos exigiram nesta quinta-feira, após uma reunião em Kampala, que os rebeldes congoleses do M23 interrompam "todas as atividades militares" e retomem "dentro de três dias" as negociações com Kinshasa.
Essas negociações, suspensas desde maio, deverão ser "concluídas no prazo máximo de 14 dias", segundo o comunicado final da cúpula, aprovado pelos 11 chefes de Estado da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (ICGLR) ou seu representantes.
"O M23 deve colocar um fim a todas as ações militares e acabar com a guerra e as ameaças de derrubar o governo legal da República Democrática do Congo" (RDC), decidiram os Chefes de Estado.
A cúpula do ICGLR também pede que a nova "Brigada de Intervenção (da ONU) exerça pressão implacável sobre o M23 e sobre todas as outras 'forças negativas', um termo que refere-se aos grupos armados presentes no leste da República Democrática do Congo, incluindo os rebeldes ruandeses das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR).
Esta nova brigada, recentemente implantada para erradicar os grupos armados no leste instável da RDC, tem apoiado o Exército congolês em sua ofensiva para expulsar o M23 dos arredores de Goma. A ofensiva levou os rebeldes a se refugiarem a 30 km da capital de Kivu do Norte.
O M23 se retirou de Goma em troca de negociações com Kinshasa. Iniciadas em dezembro, em Kampala, foram suspensas em maio, sem progressos significativos.
Esta é a sétima vez desde julho de 2012 que os chefes de Estado da CIRGL (Angola, Burundi, República Centro-Africana, Congo, República Democrática do Congo, Quênia, Ruanda, Sudão, Tanzânia, Uganda, Zâmbia) se reúnem para tentar encontrar uma solução a crise no leste da RDC.