Jornal Estado de Minas

Milhares de manifestantes pró-Mursi se reúnem no Egito

AFP

Milhares de manifestantes saíram às ruas no Egito para exigir o retorno de Mohamed Mursi, presidente islâmico deposto pelo exército, como a cada sexta-feira em três semanas de repressão sangrenta, observaram jornalistas da AFP.

Desde 14 de agosto, o exército e a polícia, que foram autorizados a atirar em qualquer manifestante considerado hostil, dispersam violentamente todos as manifestações pró-Mursi, em sua maioria organizadas pela Irmandade Muçulmana.

Mil pessoas foram mortas desde o golpe militar, em sua grande maioria manifestantes pró-Mursi. E mais de 2.000 membros da Irmandade Muçulmana foram presos, incluindo os principais líderes da influente confraria a qual pertence o presidente deposto.

Sexta-feira, várias marchas se formaram no Cairo em frente as mesquitas após a oração semanal, reunindo alguns milhares de pessoas, de acordo com jornalistas da AFP.

Vários outros protestos menores foram registrados no início desta tarde em diferentes províncias do país, segundo a imprensa egípcia.

A Irmandade Muçulmana tem encontrado dificuldades para mobilizar seus partidários. Ainda sim, tem convocado a cada sexta-feira os apoiantes de Mursi a manifestar "pacificamente".

O governo interino, nomeado pelo exército após a destituição e prisão do primeiro chefe de Estado egípcio democraticamente eleito, acusa a Irmandade Muçulmana de atividades "terroristas".

Na quinta-feira, o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, considerado um dos principais "falcões" do governo em sua "luta contra o terrorismo" da Irmandade Muçulmana, escapou ileso de um atentado com carro-bomba.

Ibrahim prometeu punir com "mãos de ferro" qualquer ameaça à "segurança nacional".

Ele também advertiu para o risco de uma "onda de terror" , mas prometeu que as autoridades não permitirão o retorno dos "terrorismo dos anos 1980 e 1990".