O Exército egípcio anunciou neste domingo bombardeios pelo segundo dia consecutivo na península do Sinai, onde um grupo jihadista reivindicou a autoria do atentado da última quinta-feira contra o ministro do Interior no Cairo.
O Exército afirmou que se trata da maior operação já realizada para livrar a península dos rebeldes islamitas.
Em um comunicado publicado em fóruns jihadistas, um grupo baseado no Sinai reivindicou hoje a autoria do atentado do qual escapou o ministro Mohamed Ibrahim na última quinta-feira, no Cairo.
"Deus permitiu que nossos irmãos do Ansar Beit al-Maqdes destruíssem o dispositivo de segurança do assassino Mohamed Ibrahim com uma operação mártir", afirmou o grupo, que se inspira na rede Al-Qaeda e já reivindicou a autoria de ataques contra Israel.
O Ansar pediu perdão por "não ter matado o tirano", e ameaçou atacar o ministro e chefe do Exército, general Abdel al-Sisi.
O grupo jihadista os culpa pela morte de centenas de partidários de Mohamed Mursi em manifestações registradas após a sua destituição como presidente pelo Exército.
Helicópteros atacaram alvos no norte do Sinai, perto do posto fronteiriço de Rafah, que leva à Faixa de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestino Hamas, informaram testemunhas.
O Exército afirmou que nove islamitas morreram ontem no norte do Sinai, em uma operação militar por ar e terra, na qual também foram presos nove suspeitos.
Autoridades afirmam regularmente que matam "terroristas" no Sinai, mas é impossível confirmar a informação, uma vez que militares impedem o acesso às zonas onde ocorrem as operações.
A violência aumentou na península, onde grupos jihadistas estabeleceram sua retaguarda na fronteira com Gaza, uma escalada que terminou, em 19 de agosto, com a morte de 25 policiais, no ataque mais violento contra as forças de segurança em anos.
Um oficial da segurança egípcio indicou hoje que o Exército destruiu mais de 90% dos túneis de contrabando para Gaza, que permitiam o transporte de alimentos, roupas, materiais de construção e combustível até o território empobrecido que Israel mantém sob bloqueio desde 2006.
Em fevereiro, o Hamas, que governa Gaza, afirmou ter fechado centenas de túneis usados para contrabando em Rafah.