Jornal Estado de Minas

Deslizamento de terra devasta localidade no México

AFP

Um deslizamento de terra deixou 58 desaparecidos em uma localidade do sul do México, em meio às fortes chuvas que atingem o país, informou nesta quarta-feira o presidente Enrique Peña Nieto.

O incidente ocorreu na segunda-feira passada, em La Pintada, no município de Atoyac de Álvarez, onde há "58 pessoas desaparecidas, sem que se possa precisar se estão sob a lama", disse Peña Nieto em entrevista coletiva.

O presidente explicou que o deslizamento de terra "praticamente sepultou parte" desta comunidade de 400 habitantes no Estado de Guerrero, a qual as equipes de socorro tiveram acesso apenas nesta quarta-feira.

As equipes de resgate - que chegaram por via aérea - retiraram 287 pessoas de La Pintada, mas 91 permanecem na localidade.

Ediberto Tabárez, prefeito de Atoyac de Álvarez, situada na zona montanhosa de Guerrero, informou à AFP que 15 corpos já foram retirados da lama.

Segundo Tabárez, 20 casas foram soterradas e o número de óbitos poder ser bem maior.

O secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio Chong, afirmou baseado em fotos aéreas que o "deslizamento atingiu muitas casas".

De acordo com Ángel, a Polícia Federal levou 14 pessoas para centros médicos, incluindo quatro em estado grave.

Sobreviventes da tragédia, evacuados de helicóptero para a região de Acapulco, revelaram à AFP que o deslizamento ocorreu na tarde de segunda-feira, durante as celebrações do dia da Independência do México, e que puderam pedir socorro apenas na terça-feira.

"Perdemos a escola, a creche, a igreja, foi tudo levado" pela lama, disse Ana Clara Catalán, 17 anos, em um centro de convenções transformado em abrigo para 45 moradores de La Pintada, a maioria crianças. "Saímos correndo, um estrondo feio, pior que uma bomba".

O deslizamento "destruiu mais da metade de La Pintada, ficaram poucas casas", revelou María del Carmen Catalán, 27, tia de Ana Clara e mãe de três crianças.

"O pessoal que conseguiu correr para o campo" se salvou, disse Catalán.

Segundo Erika Guadalupe García, 25, "estávamos comendo quando houve o estrondo, o morro desceu e arrastou as casas. Foi um barulho muito forte".

O México é atingido por fortes chuvas desde o sábado passado, que já deixaram mais de 80 mortos no país.

As mortes ocorreram em 12 dos 32 estados do México, atingido quase simultaneamente pelas tormentas Manuel, pelo Oceano Pacífico, e Ingrid, pelo Golfo do México.

Os dois fenômenos provocaram chuvas torrenciais, com numerosos deslizamentos de terra e bloqueio de estradas, afetando especialmente o estado de Guerrero.

Para agravar a situação, a tempestade tropical Manuel ganhou força nesta quarta-feira e passou à furacão de categoria 1, diante da costa mexicana no Oceano Pacífico, podendo se fortalecer ainda mais antes de atingir o litoral.

Com ventos constantes de quase 115 km/h, "algum leve fortalecimento é possível antes que o furacão se mova para o interior", informou o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).