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Estado de Minas

Peer Steinbruck, o economista de humor corrosivo que quer destronar Merkel


postado em 19/09/2013 10:34

Peer Steinbruck, o social-democrata que sonha em destronar Angela Merkel nas eleições alemãs de domingo, é um economista de humor corrosivo que durante a campanha se destacou, sobretudo, por suas gafes.

Este brilhante orador de 66 anos, diplomado em Economia e nascido em uma família burguesa de Hamburgo (norte), será lembrado principalmente por uma foto, capa de uma revista, na qual fazia um gesto obsceno com o dedo.

Steinbruck explicou que a revista havia proposto a ele responder a uma entrevista apenas com gestos e que esta era sua resposta aos apelidos depreciativos que recebeu durante a campanha.

A imagem resume uma campanha eleitoral na qual o candidato do Partido Social-Democrata (SPD) se envolveu em uma sucessão de polêmicas em detrimento dos debates substanciais que queria impor.

Este ex-ministro das Finanças de Merkel (2005-2009), com fama de competente e até mesmo de brilhante, ganhou espaço na opinião pública nestes últimos dias após suas aparições na televisão, embora o faça um pouco tarde.

Apenas dois meses depois de ter sido designado candidato do SPD em setembro de 2012, este hedonista confesso foi criticado pelo jornal popular Bild por ter assegurado que não compraria "nunca uma garrafa (de vinho) de apenas 5 euros", durante um debate sobre os subsídios familiares.

E isso depois de sair de uma polêmica sobre suas bem remuneradas conferências a grandes empresas, que o levaram a ganhar 1,25 milhão de euros em três anos.

Para coroar a situação, abriu espaço a outra polêmica ao classificar de insuficiente o salário de chefe de Governo.

Estes episódios lhe valeram a imagem de um homem afastado das classes populares, que supostamente deveriam ser conquistadas após a desilusão provocada pelas dolorosas reformas econômicas do chanceler anterior, o social-democrata Gerhard Schroder, no início da década de 2000.

Steinbruck teve a má sorte de ser ministro das Finanças no período mais difícil da crise econômica, no fim de 2008 e em 2009, em um governo de grande coalizão com os conservadores de Merkel. A recessão chegou à economia alemã e o impediu de colher os frutos da rígida ortodoxia orçamentária que o país cumpria.

Alguns de seus colegas consideravam que não era o mais adequado para representar neste ano o programa do SPD, bem ancorado na esquerda, com propostas como a introdução de um salário mínimo de 8,50 euros por hora em um país onde este não existe.

Em 2005 sofreu uma dura derrota ao perder nas eleições o Estado regional de Renânia do Norte-Westfália (oeste), feudo da esquerda trabalhadora, depois de tê-lo dirigido por dois anos e meio.

A vitória da direita no Land mais povoado do país levou Schroder a convocar eleições legislativas antecipadas, que Merkel ganhou pela primeira vez.

Bom orador nos palanques, Steinbruck fica menos confortável no cara a cara com os cidadãos. Tentou se mostrar como um homem de ação, autêntico e com energia frente a uma chanceler que é vista frequentemente como esquiva e branda, embora existam dúvidas sobre sua capacidade para exercer a chefia de governo.

"Fui eu mesmo (...) respondo com espontaneidade (...). É preciso tentar fazer com que a campanha seja divertida", alegou durante a polêmica sobre seu gesto de mau gosto.


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