"O número de mortos subiu para 61. Há 120 feridos", declarou à AFP Mohamed Iqbal, um médico do hospital Lady Reading. O balanço anterior era de 53 mortos e 100 feridos. Trata-se de um dos ataques mais mortíferos cometidos contra cristãos no Paquistão, comunidade que representa 2% da população deste país de 180 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmanos. O funcionário da administração da cidade Sahibzada Annes disse à imprensa que as bombas explodiram logo após o fim da missa.
"A maioria dos feridos está em situação crítica", acrescentou o funcionário. Os dois terroristas suicidas acionaram seus cinturões de explosivos quando os fiéis saíam da missa. O noroeste é uma região onde imperam muitos grupos rebeldes islamitas, entre eles o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), autores de inúmeros atentados que já deixaram mais de 6.000 mortos desde 2007. As autoridades sabiam que esta igreja poderia ser atacada e mobilizaram forças de segurança ao seu redor, acrescentou Anees.
Nazir Khan, professora de 50 anos, disse que a missa havia terminado e que 400 fiéis estavam saindo da igreja quando ocorreu uma primeira explosão. "Uma enorme explosão me lançou no chão e assim que recuperei meu sentidos uma segunda bomba explodiu", disse Khan à AFP.
Imagens de televisão mostravam ambulâncias transferindo os feridos a hospitais locais. Familiares das vítimas se aglomeravam em frente à igreja. Alguns gritavam frases hostis à polícia, considerada incapaz de deter as ameaças. O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou firmemente este atentado. "Os terroristas não têm religião. Atacar inocentes é contrário aos preceitos do islã e de todas as outras religiões. Estes atos terroristas mostram o estado de ânimo brutal e desumano dos terroristas", disse em um comunicado.
O governo de Sharif propôs recentemente negociações de paz com os talibãs do TTP para colocar fim à violência.
A violência entre fanáticos religiosos aumentou nos últimos anos no Paquistão, com uma série de atentados suicidas contra a minoria muçulmana xiita (20% da população) reivindicados pelo grupo armado sectário Lashkar-e-Jhangvi, próximo ao TTP e à Al-Qaeda. Mas até agora os cristãos não haviam sido atacados desta forma sangrenta.