O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou nesta terça-feira na tribuna da ONU que seu país não representa "absolutamente uma ameaça alguma para o mundo", fazendo um apelo para que Barack Obama ignore os grupos de pressão pró-guerra e privilegie a negociação.
Rohani falou algumas horas depois de Obama ter dito na assembleia que queria um "acordo significativo" com o Irã se o regime iraniano agir de forma "transparente e verificável".
"Se (os Estados Unidos) evitarem seguir os interesses de curto prazo dos grupos de pressão pró-guerra, poderemos encontrar um meio de resolvermos nossas divergências", declarou Rohani em seu discurso durante a Assembleia Geral da ONU.
"A República Islâmica do Irã atuará de maneira responsável no que diz respeito à segurança regional e internacional", acrescentou ele, denunciando com veemência as sanções que atingem o seu país.
"Defenderemos a paz baseada na democracia e na cédula de votação em todo o mundo, incluindo na Síria e no Bahrein e em outros países da região", acrescentou. "Não há soluções violentas para as crises no mundo".
O Irã "está preparado para cooperar (...) de maneira bilateral e multilateral com outros atores responsáveis", prosseguiu o novo presidente iraniano, reafirmando que o governo não tem a intenção de obter a arma nuclear.
O líder iraniano reafirmou a posição de seu país de que seus objetivos nucleares são "exclusivamente pacíficos."
"As armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar na doutrina de segurança e defesa do Irã, e contradizem nossas convicções religiosas e éticas", disse Rohani.
Ele acrescentou que a comunidade internacional deve aceitar as atividades nucleares iranianas, que as potências ocidentais consideram ser um pretexto para tentar obter a capacidade de produzir uma bomba nuclear.
O Conselho de Segurança da ONU impôs quatro rodadas de sanções contra o Irã por seu programa de enriquecimento de urânio.
Mas Rohani disse que é "uma ilusão, e extremamente irrealista, pressupor que a natureza pacífica do programa nuclear do Irã possa ser garantida com o suspensão do programa por meio de pressões ilegítimas."