O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou de "cínico" e "hipócrita" o discurso pronunciado nesta terça-feira pelo presidente iraniano, Mohammed Rohani, na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Como previa, foi um discurso cínico e totalmente hipócrita. Rohani falou de direitos humanos no momento em que as forças iranianas participam do massacre de civis inocentes na Síria", destaca um comunicado do gabinete de Netanyahu publicado na madrugada desta quarta-feira, em Jerusalém.
"Ele (Rohani) condena o terrorismo enquanto o regime iraniano recorre ao terror em dezenas de países pelo mundo. Ele fala em um programa nuclear com objetivos civis enquanto o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica revela que este programa tem característica militar".
"Qualquer pessoa razoável entende que o Irã, um país muito rico em petróleo, não deveria investir em mísseis balísticos e em instalações nucleares subterrâneas para produzir eletricidade".
Este discurso "traduz exatamente a estratégia iraniana, que consiste em falar para ganhar tempo enquanto avança com seu programa para obter armas nucleares".
Rohani reafirmou nesta terça-feira, diante da Assembleia Geral da ONU, que os objetivos nucleares do Irã são "exclusivamente pacíficos."
"As armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar na doutrina de segurança e defesa do Irã, e contradizem nossas convicções religiosas e éticas".
Rohani garantiu na tribuna da ONU que o Irã não representa "absolutamente uma ameaça para o mundo", fazendo um apelo para que o presidente americano, Barack Obama, ignore os grupos de pressão pró-guerra e privilegie a negociação.
"Se (os Estados Unidos) evitarem seguir os interesses de curto prazo dos grupos de pressão pró-guerra, poderemos encontrar um meio de resolvermos nossas divergências".
O presidente iraniano também condenou o terrorismo, que classificou de "violenta praga", assim como a "utilização de drones contra inocentes em nome do combate" ao terror.
"Defenderemos a paz baseada na democracia e na cédula de votação em todo o mundo, incluindo na Síria e no Bahrein e em outros países da região", acrescentou. "Não há soluções violentas para as crises no mundo".