Vários membros do governo israelense consideraram nesta quarta-feira que a condenação que o presidente iraniano, Hassan Rohani, fez dos crimes nazistas contra os judeus não é suficiente e pediram que desautorize as autoridades de seu país que negaram o Holocausto.
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Presidente do Irã chama Holocausto de "repreensível"Netanyahu diz que discurso de Rohani é 'cínico' e 'hipócrita'Rohani: Irã 'não é uma ameaça para o mundo'Reunião entre Obama e Rohani seria muito complicada para o Irã Irã saúda reuniões na ONU sobre questão nuclearEmbaixada de Israel nos EUA zomba de Rohani no TwitterMinistro alemão elogia tom do discurso do Irã"Qualquer crime contra a humanidade, incluindo os crimes cometidos pelos nazistas contra os judeus, é repreensível e condenável", declarou Rohani ao canal CNN. O antecessor de Rohani, Mahmud Ahmadinejad, negou o Holocausto. "É certo que (Rohani) não negou a Shoah, mas não condenou os que negam a Shoah, como seu antecessor e outras autoridades iranianas", denunciou o ministro das Relações Internacionais, Youval Steinitz.
"Matar um ser humano é deplorável. Não faz diferença se é cristão, judeu ou muçulmano. Para nós é a mesma coisa", disse Rohani. "Isto não quer dizer que porque os nazistas cometeram crimes contra um grupo, este grupo possa confiscar o território de outro grupo e ocupá-lo. Este é também um ato que deve ser condenado", destacou Rohani sobre a ocupação dos territórios palestinos.
Netanyahu diz que discurso de Rohani é 'cínico' e 'hipócrita'
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou de "cínico" e "hipócrita" o discurso pronunciado nesta terça-feira pelo presidente iraniano, Mohammed Rohani, na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Como previa, foi um discurso cínico e totalmente hipócrita. Rohani falou de direitos humanos no momento em que as forças iranianas participam do massacre de civis inocentes na Síria", destaca um comunicado do gabinete de Netanyahu publicado na madrugada desta quarta-feira, em Jerusalém.
"Ele (Rohani) condena o terrorismo enquanto o regime iraniano recorre ao terror em dezenas de países pelo mundo. Ele fala em um programa nuclear com objetivos civis enquanto o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica revela que este programa tem característica militar".
"Qualquer pessoa razoável entende que o Irã, um país muito rico em petróleo, não deveria investir em mísseis balísticos e em instalações nucleares subterrâneas para produzir eletricidade". Este discurso "traduz exatamente a estratégia iraniana, que consiste em falar para ganhar tempo enquanto avança com seu programa para obter armas nucleares".