O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, se reuniu nesta terça-feira com o presidente do Irã, Hassan Rowhani, e aceitou o "novo tom" do governo iraniano, mas exigiu uma "ação substancial" sobre o controverso programa nuclear do Irã.
"Este é um bom dia para aqueles que apostam em uma solução política e diplomática", disse Westerwelle, classificando como "encorajador" o discurso de Rowhani durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O ministro alemão conheceu o novo líder iraniano, que fez aberturas diplomáticas ao impasse nuclear de seu país com o Ocidente. Segundo diplomatas, a conversa teve como foco o programa nuclear do Irã e a guerra civil na Síria.
"Tivemos uma conversa construtiva", afirmou Westerwelle, ressaltando que ele concordava com Rowhani de que o uso de armas químicas representa um "grande crime". O ministro das relações exteriores da Alemanha destacou o "contraste" do discurso de Rowhani e de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, que sempre foi contrário à Israel e aos Estados Unidos. Para ele, o Irã deve dar passos concretos para provar a sua vontade de se envolver diplomaticamente com o Ocidente. "É fundamental que as novas ofertas substanciais sejam feitas", acrescentou Westerwelle.
O principal diplomata alemão também elogiou o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que reforçou a intenção de estabelecer uma relação diplomática com o novo governo iraniano. Obama deu claros sinais de que espera que acabem as hostilidades entre o Irã e o Ocidente, afirmou o ministro alemão.
Nesta quinta-feira, Westerwelle vai participar de conversações sobre o programa nuclear do Irã com os ministros de relações exteriores dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, da China, da França, da Rússia e do Irã.
Sobre a Síria, o ministro pediu que os líderes mundiais façam esforços renovados para criar um processo político durante a Assembleia da ONU. "Não pode haver uma solução militar na Síria. Só uma solução política pode trazer paz e estabilidade sustentável", opinou Westerwelle.
O ministro alemão deve discursar na Assembleia da ONU neste sábado, que deve ser o seu último pronunciamento no cargo. Depois de quatro anos à frente do corpo diplomático da Alemanha, Westerwelle deixará o cargo após uma derrota esmagadora do seu partido nas eleições parlamentares alemãs no domingo passado. Fonte: Dow Jones Newswires.