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Estado de Minas

Chanceleres de EUA e Brasil se reuniram por caso de espionagem


postado em 27/09/2013 14:16

O chanceler brasileiro Luis Figueiredo se reuniu nesta sexta-feira com o secretário americano de Estado, John Kerry, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, em um encontro solicitado pelos Estados Unidos e destinado a acalmar a grave crise desencadeada pelo escândalo de espionagem.

Os chanceleres apertaram as mãos e saudaram sorridentes as câmeras ao iniciar o encontro em uma sala do hotel nova-iorquino Waldorf Astoria, perto da sede das Nações Unidas em Manhattan, comprovou um jornalista da AFP.

Os diplomatas, rodeados por uma bandeira brasileira e por outra americana, não fizeram declarações à imprensa ao fim do encontro.

A reunião, de 20 minutos de duração, foi solicitada pelos Estados Unidos e nela seria tratada a agenda bilateral, incluindo a questão da espionagem, afirmaram na quinta-feira à AFP fontes diplomáticas brasileiras.

O encontro Figueiredo-Kerry ocorreu em um momento tenso nas relações entre os dois países, depois que a presidente Dilma Rousseff decidiu adiar uma visita de Estado a Washington prevista para o dia 23 de outubro após revelações de espionagem internacional americana da qual foi alvo.

Dilma pronunciou na terça-feira na abertura da Assembleia Geral da ONU um duro discurso para denunciar esta prática da administração do presidente Barack Obama, dizendo que feria o direito internacional.

Documentos entregues pelo ex-analista da inteligência Edward Snowden e publicados na imprensa indicam que a Agência Nacional de Segurança americana (NSA) espionou comunicações de Dilma, além da Petrobras.

Obama, que falou com Dilma na abertura do encontro anual de líderes mundiais na ONU, não pediu desculpas pelo tema, como o Brasil exige, e limitou-se a fazer uma menção muito geral, afirmando que seu país estava revisando o modo pelo qual é obtida informação de inteligência para alcançar um equilíbrio correto entre suas necessidades e as preocupações de seus cidadãos e aliados.

Dilma, no entanto, não aceitou o argumento americano de que esta prática busca proteger o mundo de ataques terroristas e a classificou de insustentável, anunciando que o Brasil buscaria "estabelecer um marco civil multilateral para a governança e a utilização da internet".


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